Dia a dia
Os significados da Páscoa e as tradições para judeus, cristãos e pagãos
De acordo com a história, a celebração da Páscoa surgiu por volta de 1250 a.C. com os judeus

Páscoa tem significado religioso mas também é lotada de chocolates. Foto: Reprodução
A Páscoa chegou! Neste domingo (09) é comemorado uma das festas mais importantes para os cristãos. Mas, a Páscoa já existia desde muito antes da ressurreição de Jesus, embora tivesse outro significado. Até hoje, a festa tem diferentes simbolismos para judeus e cristãos e o feriado, que acontece sempre no domingo, vai muito além dos ovos de chocolate.
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A origem da Páscoa para os judeus é bem mais antiga do que para os cristãos. Segundo a tradição judaica, a festa se chamada Pessach, que significa passagem. De acordo com o seminarista Jacob Firme, essa passagem se refere ao período de liberdade do povo judeu.
“No judaísmo, a Páscoa ou “Festa da Liberdade” é a comemoração que se estende por uma semana para celebrar a libertação do povo judeu da escravidão no tempo em que estiveram sob o domínio de Faraó no Egito”, pontua o seminarista.
Toda essa história é narrada no Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia, e embora seja difícil determinar a data específica que os fatos ocorreram, estima-se que tenha sido por volta dos anos de 1250 a.C.
Já na crença dos cristãos, a Páscoa tem outro significado. A festa é marcada pela ressurreição de Jesus Cristo e, por isso, é considerada a principal data do calendário cristão.
Segundo Jacob, a Páscoa para os cristãos marca a passagem da vida antiga, marcada pela escravidão do pecado, para a vida nova, onde se celebra a verdadeira liberdade dos Filhos de Deus.
“Para os cristãos a Páscoa ganha novo significado a partir da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. É a festa de maior importância para os cristãos, visto que nela se resume todo o mistério da salvação e se expressa o amor do Pai para com os seus filhos que são redimidos pela Paixão do Cordeiro de Deus”, destaca o seminarista.
Antes da comemoração pascal, os cristãos passam por um período de preparação, que começa logo após o carnaval, na quarta-feira de cinzas, e só termina no sábado que antecede o domingo de Páscoa.
A conexão entre a Páscoa cristã e a comemoração do Pessach está relacionada à tradição da Última Ceia de Jesus. Isso porque, de acordo com a Bíblia, esse seria o início da libertação da humanidade do pecado. Assim, a Páscoa cristã é vista como uma continuação da Páscoa judaica.
A DATA
Todo ano a Páscoa é celebrada em um dia diferente seguindo o calendário lunar. O seminarista conta que, antigamente, a festa cristã e judaica eram celebradas no mesmo dia.
“Mas uma decisão do Concílio de Niceia (ano 325) determinou que a Páscoa cristã fosse celebrada no domingo (o domingo posterior à primeira lua cheia primaveral do hemisfério norte)”, explica Jacob.
A decisão foi influenciada também pelo fato de que os judeus seguiam o calendário lunar, e foram eles que deram origem a festa da Páscoa. Anualmente, a festa para os cristãos é realizada durante os dias 22 de março e 25 de abril.
COELHINHO E OVOS DE PÁSCOA
É quase impossível separar a Páscoa do coelhinho e dos ovos, hoje um já é sinônimo do outro. A origem dessa tradição não tem nada relacionado a cristãos e judeus, e sim aos pagãos germânicos.
Acredita-se que o coelho era o primeiro animal a sair da toca após o inverno europeu para se reproduzir. Com isso, os pagãos passaram a ver esse fato como um símbolo de renovação.
Com a disseminação do cristianismo na Europa, costumes pagãos foram sendo incorporados nas celebrações cristãs e a simbologia do coelho foi um desses costumes.
Já em relação aos ovos de Páscoa, a origem é desconhecida. A principal teoria é de que os pagãos viam os ovos como um tradicional símbolo da fertilidade e do ciclo de renovação da vida.
Além disso, existem a lenda relacionada a Maria Madalena, que teria ido a Roma contar para o imperador sobre a ressurreição de Jesus levando ovos de presente. Há também histórias que relacionam os ovos de Páscoa à tumba de Jesus.
