Juiz acusado de venda de sentença é condenado à aposentadoria

O juiz Alexandre Farina foi condenado à aposentadoria compulsória. Foto: Divulgação (Ales)

O juiz Alexandre Farina Lopes foi condenado, durante julgamento nesta quinta-feira (28), à aposentadoria compulsória. A decisão foi tomada pelos desembargadores após eles entenderem que o magistrado integrava um esquema de venda de sentença no processo que envolve o ex-policial Hilário Frasson, condenado por ser o mandante da morte da médica Milena Gottardi.

No mesmo processo, o juiz Alexandre Gutmann também era acusado das irregularidades, mas os desembargadores o inocentaram por falta de provas. De acordo com o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), os dois foram afastados do cargo logo após serem alvos das investigações.

Ainda segundo o MPES, o caso teve início após a descoberta de mensagens no celular do ex-policial civil Hilário Fiorot Antonio Frasson, acusado de ser o mandante do assassinato da médica Milena Gottardi, em 2017. As informações foram repassadas ao MPES pelo magistrado responsável pelo processo. As mensagens indicavam possíveis negociações criminosas relacionadas a decisões judiciais.

Em maio, a procuradora-geral já havia solicitado o afastamento dos magistrados e a suspensão do sigilo, mas os pedidos foram negados pela desembargadora Elisabeth Lordes. Com o agravo apresentado por Luciana Andrade, o recurso foi acolhido pela relatora, cujo voto foi seguido pelos demais desembargadores do Pleno.

Para o MPES, os juízes teriam tentado interferir nas investigações, buscando depoimentos favoráveis de servidores do Fórum da Serra. Além disso, vazamentos de informações sigilosas também foram apontados como motivo para o afastamento.

A Operação Alma Viva, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPES, também sofreu prejuízos devido aos vazamentos. As informações sigilosas chegavam aos investigados antes das ações planejadas, comprometendo a eficácia das operações.

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