Jovem morre após esperar 2h por socorro em UPA da Serra; médica é demitida

UPA da Serra. Foto: Divulgação

A morte de Malvin Aquirrame Ferreira Lourenço, de 27 anos, após buscar atendimento em três unidades de saúde da Serra, levou à demissão de uma médica e ao afastamento de outros profissionais de saúde. O caso ocorreu no último sábado (5) e está sendo investigado pela Secretaria de Saúde do município (Sesa).

Segundo relatos da família e informações repassadas à TV Sim/SBT, Malvin começou a sentir fortes dores na perna e formigamento no corpo ainda durante a madrugada. Por volta das 5h, ele procurou atendimento na UPA de Serra Sede, onde foi medicado, passou por exames e liberado por volta das 9h30, mesmo relatando dores intensas.

Sem melhora no quadro, a família levou o jovem ao Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, que recusou o atendimento alegando que seria necessário um encaminhamento médico. A alternativa foi seguir para a UPA de Castelândia, onde, mesmo com sintomas graves, ele aguardou cerca de duas horas em uma maca.

Durante a espera, Malvin fez uma videochamada com a esposa e a filha, momento em que desmaiou. A equipe médica tentou reanimá-lo por cerca de 40 minutos, mas ele não resistiu.

Sesa demite médica e afasta equipe

Diante da gravidade do caso, a Secretaria de Saúde da Serra informou que demitiu a médica responsável pelo atendimento e afastou preventivamente todos os profissionais envolvidos até a conclusão da apuração.

Uma comissão foi instaurada para investigar a conduta nas UPAs de Serra Sede e Castelândia, e o Conselho Regional de Medicina (CRM) foi notificado para avaliação independente do caso. A Organização Social responsável pela gestão da unidade de Castelândia também está sendo responsabilizada por possível omissão de socorro.

Família aguarda respostas

Em entrevista à reportagem, o cunhado da vítima afirmou que a família ainda espera esclarecimentos detalhados sobre a conduta médica em todas as unidades por onde Malvin passou.

A Secretaria afirmou estar prestando apoio à família, com atendimento psicológico e social, e reiterou que não compactua com negligência nos atendimentos médicos. A gestão prometeu ações preventivas para evitar novas falhas no sistema de saúde.

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