Dia a dia
Inclinação na Terceira Ponte pode ser desafio para ciclistas
As vias exclusivas para bicicletas terão 3 metros de largura. Os usuários vão precisar de um cartão para acessar essas pistas

Projeto para a Terceira Ponte. Foto: Divulgação
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
As obras de ampliação de faixas de rolamento e de construção da ciclovia da Terceira Ponte – que liga Vitória a Vila Velha -, com barreira de proteção contra o suicídio, é uma verdadeira conquista para a Mobilidade Urbana do Estado. Mas a inclinação pode se tornar um obstáculo árduo para muitos ciclistas urbanos, aponta a Federação Espírito Santense de Ciclismo (Fesc).
Com a ampliação, a via contará com três faixas por sentido. Além disso, haverá a construção de ciclovia dos dois lados da Terceira Ponte e um mirante será colocado com vista para o Convento da Penha e para a Baía de Vitória. As vias exclusivas para bicicletas terão 3 metros de largura. Os usuários vão precisar de um cartão para acessar essas pistas. No entanto, não haverá cobranças para os ciclistas.
O presidente da Fesc Marcos Silva Duarte comenta que inclinação pode se tornar um obstáculo para ciclistas que não estão preparados. Para ele, é realmente necessário o governo do Estado continuar ofertando o serviço do Bike GV, considerando que muitos ciclistas urbanos não têm uma bicicleta com qualidade técnica para subir a ponte na inclinação de Vitória, no sentido Vila Velha.
“Nesse momento, o Bike GV não atende as necessidades dos ciclistas. Em horário de pico, os ônibus saem superlotados, sendo que a capacidade é de 17 bicicletas e, normalmente, sai com 50. Com certeza com a nova ciclovia na ponte, essa realidade vai reduzir. Mas existem muitos ciclista que vão precisar desse serviço para atravessar a Terceira Ponte, uma vez que há a limitação física e terão aqueles que não vão querer encarar a chuva ou o mesmo o sol quente”, explicou.
As alterações vão aumentar o fluxo de veículos na Terceira Ponte em cerca de 30%, estima o Governo do Estado. Antes da pandemia, 84 mil veículos utilizavam a via diariamente.
Para o vigilante Dimitrius Delta, 50 anos, a inclinação é um desafio que ele acredita que não conseguiria encarar. “Eu uso a bicicleta para me locomover, mas não tenho condições físicas de subir a Terceira Ponte com ela. Penso que teria que empurrar até chegar lá em cima e ainda não confiaria no freio no momento da descida. Acredito que tenha muitas pessoas limitações iguais as minhas”, relatou.
A reportagem procurou a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) mas não teve retorno sobre a previsão da continuidade do Bike GV e nem sobre o acesso de bicicletas motorizadas ou scooters na ciclovia da Terceira Ponte.
