Dia a dia
Espírito Santo supera 6 mil mortes; número equivale à queda de 40 aviões
Mortes registradas no Espírito Santo também são equivalentes às do Japão, com população 30 vezes maior; óbitos causados pela doença supera às provocadas pelo câncer
O Espírito Santo superou nesta segunda-feira (08) a barreira das 6 mil mortes provocadas pela covid-19 desde o início da pandemia. Pode parecer pouco tendo em vista que o Brasil já teve mais de 200 mil mortes pela doença. Mas o Japão, por exemplo, tem registrado até agora 6.100 mortes, segundo levantamento da Universidade de Oxford. Para efeito de comparação, o país asiático tem 126 milhões de habitantes e o Espírito Santo tem 4 milhões. O Paraguai, país da América do Sul com 7 milhões de habitantes, tem até agora 2.779 mortes registradas pelo novo coronavírus.
Seis mil também é o número de moradores da cidade de Dores do Rio Preto. Ou seja, é como se todos os habitantes do município do Caparaó capixaba perdessem a vida ao longo de 2020 e 2021 por conta de uma mesma doença. E ao pensar em quedas de avião, acidentes que sempre chocam a população, é como se desde o início da pandemia tivessem caído 40 aviões com 150 passageiros, quase um por semana, só no Espírito Santo.
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As mortes por covid também superam no Espírito Santo os óbitos por doenças como câncer e infarto ocorridos no ano passado. Em todo o estado, foram 4 mil mortes provocadas por tumores em 2020 e o infarto tirou a vida de 1.689 moradores do estado. Já as doenças do sistema nervoso, como AVC, provocaram mil mortes. Os dados constam no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
No ano passado, o número de mortes totais, por todas as causas, foi de 25.772, um aumento de 6% em relação a 2019, quando 24.370 pessoas perderam a vida.
Mortalidade
A mortalidade pela covid-19 no Espírito Santo também está entre as maiores do país ao considerar o número de óbitos a cada 100 mil habitantes. O estado ocupa a quinta colocação. A média do país é de 110 mortes por 100 mil habitantes, enquanto o Espírito Santo tem 149 óbitos por 100 mil moradores. Em primeiro lugar está o Amazonas, com 217. O Espírito Santo está à frente também da incidência em estados como Minas Gerais (75) e São Paulo (118).
A respeito do assunto, o secretário de Estado da Saúde, Nesio Fernandes frisou que em nenhum momento a rede hospitalar colapsou e explicou que diferente de estados com área maior, como Bahia, Minas Gerais e São Paulo, o território menor acaba concentrando a mortalidade. “O Espírito Santo é um estado longevo e apresenta comportamento de mortalidade melhor distribuído em todos os municípios. A doença já chegou a praticamente todas as cidades, ao contrário de outros estados com território maior e regiões onde a doença ainda não atingiu a população”, disse.
Já o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, afirmou que o Espírito Santo é um dos estados com população mais idosa e acrescentou que o sistema de saúde tem a possibilidade de apuração muito rápida das causas de óbitos pela covid. “A investigação é rápida e não temos nenhum óbito pendente. O Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde) tem um levantamento que aponta que o Espírito Santo é o 15º estado em excesso de óbitos para o período, com a covid-19. Temos 14 estados com mais mortes do que a gente”, afirma.
