Dia a dia
ES é alvo de operação contra furto de combustível da Transpetro
A Operação Exagogi (extração em grego) aconteceu nesta quarta-feira e foi comandada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro

A quadrilha é acusada de furtar combustível direto dos dutos da Transpetro. Foto: Divulgação (Transpetro)
O Espírito Santo foi alvo de uma operação contra empresas e membros de uma organização criminosa responsável por furtar combustível através da perfuração e retirada direta dos oleodutos da Transpetro. Ao todo, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão na Grande Vitória e no interior do estado.
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A Operação Exagogi (extração em grego) aconteceu nesta quarta-feira (26) e foi comandada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), e a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD).
Os mandados expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa e da Auditoria da Polícia Militar foram cumpridos simultaneamente em diversos municípios do Rio de Janeiro e em outros estados, como Minas Gerais, São Paulo e Paraná.
No Espírito Santo, foram cumpridos cinco mandados em Vitória, dois em Cariacica e um endereço residencial em João Neiva, no norte do estado. Os agentes recolheram documentos e dispositivos eletrônicos que serão encaminhados e analisados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
Um total de 27 pessoas foram denunciadas à Justiça pelos crimes de furto qualificado, organização criminosa e corrupção.
A investigação começou em 2019, quando os agentes receberam denúncias e informações de que três caminhões estavam circulando com óleo bruto furtado no bairro Beira da Lagoa, no município de Quissamã, região norte do Rio de Janeiro. Policiais militares foram ao local e encontraram duas carretas com o produto.
Os motoristas confessaram o crime e informaram a localização do terceiro caminhão. Na época, 11 pessoas foram presas.
Segundo as investigações, o grupo seguia uma hierarquia e havia divisão de tarefas. O grupo também contava com um especialista que auxiliava na instalação da mangueira no duto.
Ainda segundo a denúncia, os criminosos compram pela internet o material necessário para as derivações clandestinas, valendo-se de instrumentos de qualidade duvidosa, mangueiras inadequadas e indivíduos sem especialização para realizar as incisões nos dutos e retirar o material.
Além do dano ambiental e patrimonial, causado pela subtração de petróleo, há o dano material consubstanciado na reparação dos dutos pela equipe da Transpetro, de valor mais alto e de tempo muito elevado. Destaca ainda que, a cada identificação de derivação clandestina (ou de perda de pressão nos dutos), há suspensão da atividade, como forma de minimizar os riscos de acidente.
TRANSPETRO
A Transpetro informou, em nota, que é vítima das ações criminosas e que colabora com as investigações. A empresa reforçou que o roubo de combustível em oleodutos pode trazer riscos para a segurança das pessoas e do meio ambiente, como vazamentos, incêndios e explosões. E que somente com equipamentos e funcionários especializados é possível garantir a extração e transporte eficientes dos combustíveis.
A companhia pediu que moradores vizinhos aos oleodutos ajudem no combate aos furtos, ligando para o número 168 para denunciar qualquer movimentação suspeita. O serviço telefônico é gratuito e funciona diariamente, durante 24 horas.
*Com informações da Agência Brasil, MPRJ e MPES
