Entenda o fenômeno no céu que surpreendeu capixabas

Nevoeiro em Jardim Camburi. Foto: Internauta

Um forte nevoeiro chamou a atenção dos capixabas nesta quinta-feira (2). Nas redes sociais, várias pessoas afirmaram que não conseguiam enxergar quase nada por causa da névoa. Outras disseram que nunca viram tanta névoa.

Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a névoa úmida que se formou sobre alguns trechos da Grande Vitória e da Região Sul, foi resultado do aumento da umidade ao longo do dia, associada à circulação dos ventos fracos, nos níveis baixos da troposfera (abaixo de 1500 m) sobre o mar, na altura do RJ e litoral sul do Espírito Santo. Esse sistema transportou muita umidade para os setores Sul e Sudeste do Espírito Santo.

“O vento fraco de sudeste, perpendicular à costa sul do estado, convergiu sobre as baixadas da Região Sul e da Grande Vitória, onde havia calmaria, formando uma camada de nuvens baixas ao fazer com que a parcela de ar saturasse ao ser forçada a subir pelas serras que se encontram ao redor destas regiões (Região Serrana). A camada de nuvens terminou encobrindo os pontos mais elevados destas regiões (Sul e Grande Vitória). A névoa úmida se dissipou ainda no meio da manhã e os poucos e decolagens do aeroporto Eurico de Aguiar Salles não foram afetados. A visibilidade mínima reportada pelos observadores de tempo do aeroporto foi de 5000 m (caracteriza névoa úmida, popularmente conhecida como ‘neblina’)”, disse o Incaper.

Dados de radiossondagem confirmaram camadas da troposfera com inversão térmica, inclusive perto da superfície. Névoa úmida (visibilidade de até 1000 m) e nevoeiro (menos de 1000 m de visibilidade) estão ligados às inversões térmicas, que são camadas da troposfera onde a temperatura aumenta com a altura, ao invés de diminuir, que seria o normal. Muitas vezes, estas camadas de inversão aprisionam ar úmido logo abaixo delas, facilitando a formação de nevoeiros.

O fenômeno é raro?

O Incaper disse ainda que a névoa úmida e nevoeiro não são frequentes nas baixadas da região Sul e da Grande Vitória, mas se formam todos os anos, mesmo que poucas vezes. Existem vários tipos de neblina e nevoeiro. A névoa úmida que se formou hoje foi do tipo “névoa úmida de encosta”.