fbpx

Dia a dia

Boi mascote de hospital veterinário morre e acadêmicos lamentam

Picolino nasceu dentro da universidade e, ao longo dos seus nove anos, teve contato com mais de 650 estudantes de 18 turmas diferentes

Publicado

em

Picolino teve contato com mais de 650 alunos do curso de Medicina Veterinária da UVV. Foto: Arquivo pessoal

Picolino teve contato com mais de 650 alunos do curso de Medicina Veterinária da UVV. Foto: Arquivo pessoal

A comunidade acadêmica da Medicina Veterinária da Universidade de Vila Velha (UVV) está em luto. O grupo perdeu, na manhã desta quarta-feira (14), um membro importante da sua equipe, o boi Picolino. O animal, de nove anos, nasceu dentro do hospital veterinário e foi criado entre os alunos e os professores. Nesse período, ele “ajudou a formar” mais de 650 estudantes.

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

Bárbara Loureiro, diretora do Hospital Veterinário da UVV, conta que o boi lutava contra uma doença viral que provocava tumores em seu corpo. E, apesar da dor da despedida, destacou a importância de Picolino ter convivido tanto tempo entre os alunos. “É importante que eles tenham esses animais em suas rotinas. E Picolino, em especial, foi muito utilizado nas aulas como modelo de parâmetros e avaliações clínicas. Apesar do seu tamanho e peso (que beirava uma tonelada), era um boi de estimação que acreditava ser um cachorro”.

Quando filhote, o boi passeava pelo estacionamento do Hospital veterinário da UVV. Foto: Arquivo pessoal

Quando filhote, o boi passeava pelo estacionamento do Hospital veterinário da UVV. Foto: Arquivo pessoal

E esse comportamento tem explicação. Ao nascer, o boi perdeu a mãe. A residente Julia Piccoli, hoje professora de anestesiologia do curso de Medicina Veterinária da universidade, passou a cuidar diariamente do jovem bezerro, mais tarde batizado com uma variação do seu sobrenome. “Ele tinha apenas 15kg e precisava de cuidados intensivos. Dávamos de mamar para ele e ficávamos juntos durante a madrugada. Conforme ele foi crescendo, passeava pelo hospital interagindo com os outros animais. Pode parecer bobo, mas ele participou ativamente das nossas vidas e tem total influência na formação de todos os alunos que o conheceram”.

A professora Julia Piccoli e Picolino nos seus primeiros meses de vida. Foto: Arquivo pessoal

A professora Julia Piccoli e Picolino nos seus primeiros meses de vida. Foto: Arquivo pessoal

É como se Picolino tivesse escolhido essa vida entre cães, gatos e seres humanos. De acordo com Bárbara Loureiro, o boi chegou a ser levado à fazenda da universidade, em Guarapari, por duas ocasiões para viver no campo. Mas em nenhuma delas ele se acostumou. “Picolino odiava a fazenda, quebrava tudo por lá. Por isso, passou a viver aqui em uma baia própria. Todos que chegavam ao hospital o viam e brincavam com ele”.

Homenagem de ex-aluna ao boi Picolino. Foto: Arquivo pessoal

Homenagem de ex-aluna ao boi Picolino. Foto: Arquivo pessoal

Nas redes sociais, estudantes também lamentaram sua morte. “Você nos ensinou muito, não só sobre a veterinária, mas também sobre o amor incondicional. A Medicina Veterinária não será a mesma sem você!”, disse Lhorenn Peres Jabôr.

Após uma vida de serviços prestados e saudades deixada entre tantos, Picolino será devidamente homenageado. De acordo com a direção do hospital, o boi foi enterrado nos fundos da capela da fazenda da universidade onde será para sempre lembrado pelos antigos e novos estudantes do curso de Medicina Veterinária.


Valorizamos sua opinião! Queremos tornar nosso portal ainda melhor para você. Por favor, dedique alguns minutos para responder à nossa pesquisa de satisfação. Sua opinião é importante. Clique aqui