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Abatedouro clandestino vendia carne de cavalo como bovina no ES

Proprietários do abatedouro clandestino roubavam os cavalos para serem abatidos e a carne era vendida como bovina. Oito pessoas foram presas

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Um abatedouro clandestino localizado na área do assentamento Santa Clara, na região de Araçatiba, em Viana, foi fechado pela Polícia Civil. No local, 17 cavalos e 37 porcos em situação de maus-tratos foram resgatados durante ação, na manhã desta terça-feira (6), da Polícia Civil, Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) e Prefeitura de Viana.

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As investigações tiveram início após denúncias de proprietários rurais sobre o desaparecimento de cavalos em Viana, Guarapari, Domingos Martins, Alfredo Chaves. Durante a ação das equipes, a Polícia Civil identificou o abate clandestino na divisa dos municípios, onde foram encontrados cavalos e bois. Os suspeitos que estavam no local conseguiram fugir assim que a polícia chegou.

De acordo com a Polícia Civil, foi constatado que proprietários do abatedouro clandestino roubavam os cavalos para serem abatidos e a carne era vendida como bovina. A suspeita é que os porcos estavam sendo alimentados com as vísceras dos animais abatidos, assim como cabeça, costela, patas e coração dos cavalos. Uma pessoa foi encontrada no local, que foi encaminhada à Delegacia Regional de Guarapari, onde assinou um termo circunstanciado pelo crime de maus tratos de animais e foi liberado para responder processo em liberdade. Os animais estão sob os cuidados da Prefeitura de Viana.

“Realizamos essa primeira fase da operação e conseguimos identificar e deter os suspeitos. As investigações continuam, principalmente para o abatedouro clandestino, pois precisamos saber para onde a carne foi distribuída e quem as consumia. A população pode ajudar a Polícia Civil, por meio Disque-Denúncia, 181” acrescentou o delegado Luis Carlos Pascoal.

Foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão em Alfredo Chaves, Guarapari e Viana. Oito pessoas foram presas e foram apreendidas espingardas, pistolas e revólveres, utilizados para a caça de animais. Os detidos de Alfredo Chaves foram autuados em flagrante pelo crime de posse ilegal de arma de fogo, sendo que seis pagaram a fiança e vão responder em liberdade. Já o suspeito que não pagou fiança, será encaminhado ao sistema prisional.

Abate clandestino

Cavalos encontrado em abate clandestino. Foto: Divulgação/PCES

Cavalos encontrado em abate clandestino. Foto: Divulgação/PCES

A equipe do Idaf identificou indícios de abate clandestino recente, como ossos de cavalos (alguns, inclusive, incinerados), restos de animais e utensílios utilizados (faca, ganchos e outros). “Além das condições higiênicas precárias do local onde o abate era realizado, o formato do crânio indicava que os animais eram mortos a machadada. Os porcos eram alimentados por vísceras, que, jogadas no chão, se misturavam às fezes e a outros resíduos. Os cavalos também estavam bastante magros, indicando condição inadequada de alimentação”, explicou a médica-veterinária e fiscal agropecuária do Idaf, Georgiana Galvão.

Ela explicou ainda que, embora o consumo de carne de equídeos não seja muito comum no Brasil, com a produção, em sua maioria, voltada para a exportação, o abate é permitido, desde que passe pelo processo de inspeção sanitária, e ocorra em estabelecimento devidamente registrado no Serviço de Inspeção Oficial, seja ele municipal, estadual ou federal. “O que precisa ficar claro é que o consumidor tem o direito de saber a espécie que vai consumir, ou seja, não pode adquirir carne de cavalo pensando se tratar de carne bovina”, explicou a médica-veterinária.

Produtos de origem animal (carne, peixe, ovos, mel, leite e derivados) devem, obrigatoriamente, ter sua produção inspecionada para garantir as condições higiênico-sanitárias desses alimentos. Se processados de forma inadequada, podem acarretar graves problemas à saúde humana.