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Coluna Inovação

O que há de novo em inovação?

Na inovação contemporânea, o foco principal está em entender e atender as demandas em constante mudança dos clientes

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Na era dos venture builders, a verdadeira inovação se encontra no foco centralizado no cliente, em constante transformação. Foto: Divulgação

Na era dos venture builders, a verdadeira inovação se encontra no foco centralizado no cliente, em constante transformação. Foto: Divulgação

Se tudo muda o tempo todo no mundo, também a inovação haveria de mudar. Por exemplo, foco sempre foi um tema entendido como necessário para as empresas terem sucesso. Mas foco em quê? Steve Jobs tentou explicar: “As pessoas acham que foco significa dizer sim àquilo que se deseja focar. Mas isso não tem nada a ver com foco. Foco significa dizer não às centenas de outras boas ideias que existem. […]Inovação é dizer não a mil coisas.” Mas se ele tivesse mantido foco no negócio de computadores não teria revolucionado a telefonia e nem o acesso à música com um novo modelo de negócio. OK, então o foco dele seria em tecnologia, o que é tão amplo que não caberia a palavra foco. O mesmo conceito difuso de foco atinge Elon Musk que mexe com veículos elétricos, comunicação por satélite, redes sociais, robôs e viagens espaciais, além de se meter onde não deve. Uma variante dessa discussão inspira algumas empresas que descobrem competências inesperadas em alguns dos seus processos internos ou em negócios adjacentes que se transformam em novas oportunidades como spinoffs. A Amazon começou vendendo livros, passou a vender tudo online, com isso precisou avançar em redes de comunicação que acabou virando novo negócio com a AWS. Como criou um canal de acesso à casa dos clientes passou a vender remédios também, entrando no mercado das farmácias.

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Essa tendência mais difusa sobre foco passou a ser tratada de forma mais organizada no que se chamou de venture builder ou a construção de um novo negócio. A Ambev foi tão procurada por empresas do mercado para conhecer seu sistema de roteirização de entregas que passou a comercializar a solução interna. Uma tentativa de racionalizar essa nova visão de foco é apontar para a centralidade do cliente. Na pandemia, ninguém frequentava bares ou eventos e como então a Ambev venderia cerveja? A solução foi o Zé Delivery para entregar em casa, mas na volta da pandemia criou-se um problema: a concorrência com os próprios bares. Resolve-se o problema usando os bares como pontos de entrega. E já que o caso é atender o cliente, por que não entregar também salgadinhos e até cerveja dos concorrentes?
A indústria de tintas Argalit percebeu que o seu cliente não queria comprar tinta, queria na verdade a casa pintada e criou uma startup para pintar a casa dos clientes, montando um Uber de pintores e usando até tinta dos concorrentes. Isso é centralidade do cliente.

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O conceito de venture builder passa a ser mais abrangente quando a empresa cria uma estrutura própria para desenvolver novos negócios, focados em startups, a partir de uma tese de seu interesse, onde essas startups são mentoradas para crescimento e eventual aporte de recursos. Esses Corporate Venture Builders atendem uma visão mais nova da inovação aberta, onde as empresas não apenas lançam desafios para serem resolvidos por startups, mas também participam do equity de um conjunto delas, como um grande pesqueiro para resolver dores e desafios do presente e preparar o futuro, até com novos negócios. No fim de tudo, o foco que interessa é o foco no cliente.


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Evandro Milet

Evandro Milet é consultor, palestrante e articulista sobre tendências e estratégias para negócios inovadores. Possui Mestrado em Informática(PUC/RJ) e MBA em Administração(FGV/RJ). É Conselheiro de Administração certificado pelo IBGC e Conselheiro do CQC Inovação do Ibef/ES. Tem extensa experiência profissional, no Espírito Santo, Rio de Janeiro e Brasília, como empresário, executivo de empresas públicas e privadas, conselheiro de administração e consultor nas áreas de TI, inovação, qualidade, gestão, estratégia, empreendedorismo e meio ambiente, além de ser mentor e investidor em startups. Participa do programa EStúdio 360 Inovação na TV Capixaba e no programa Inovação na Band News FM. Co-autor do livro Vencedores pela editora Qualitymark. É atualmente Presidente do Cdmec- Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico.

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