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Coluna André Andrès

Jovem usa um dos vinhos mais caros do mundo para fazer… sangria!

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Vinho Chateau Petrus 1999

Garafa de Chateau Petrus, safra 1999, mesma safra da garrafa usada para fazer sangria na festa em Madri. Foto: Divulgação

O Chateau Petrus é dos um dos ícones franceses mais desejados do mundo. Elaborado quase sempre com Merlot (algumas poucas safras recebem um toque de Cabernet Franc), tem uma história de brilho entre os tintos produzidos em Bordeaux. História, aliás, nascida no final do século XIX. Isso já dá uma ideia de sua tradição. É difícil encontrar uma garrafa à venda. E quando isso ocorre, o preço assusta mesmo quem está acostumado a pagar muito bem por seus vinhos. Na Banca do Ramón, famosíssimo ponto de vendas de tintos e brancos do Mercado Central de São Paulo, uma garrafa custa R$ 35 mil. Sejamos mais exatos: R$ 34.990,00.

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Bem, a jovem Lara Jones, de 19 anos, certamente não sabia de nada disso. E acabou usando uma garrafa de Petrus 1999 para fazer uma sangria (bebida espanhola, um pouco doce, feita com frutas e tintos bem básicos) durante uma festa para seus amigos em Madri. A história foi relatada pelo site The Olive Press.

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Pete Jones, pai de Lara, mantinha a garrafa guardada há 17 anos. Ele a havia comprado sem saber exatamente a sua importância. Foi atraído pela data da safra, mesmo ano do nascimento de sua filha mais velha, Sele, de 21 anos. Obviamente, a ideia era abri-la em uma ocasião especial. Recentemente, ele tirou a garrafa de sua adega para mostrar a raridade a um amigo. Afinal, são apenas 30 mil garrafas produzidas por ano no Chateau Petrus e elas são disputadíssimas por compradores de todo o planeta. A garrafa não voltou para a adega, ficou ali, na casa, solta…

Chegou o final de semana, e Lara resolveu receber uns amigos. Para deixar a filha mais à vontade com os amigos, Pete não ficou em casa. Saiu, passeou um pouco, voltou e encontrou a turma animadíssima. Ele até tomou alguma coisa, se divertiu um pouco com os amigos da filha e foi se deitar. A festa era dela, não dele.

Dia seguinte, casa toda bagunçada, Pete se lembrou da garrafa. Procurou pela casa. Não achou. Perguntou para a filha. E finalmente descobriu: o Petrus 1999 foi aberto por volta de cinco da manhã, para a sangria, a bebida final da festa. “Espero que não tenha sido caro … Acho que meus amigos beberam”, disse Lara, numa mensagem. Pete foi até o lixo e descobriu a garrafa empoeirada de Petrus em cima de um monte de garrafas de cerveja. Quando ficou sabendo do preço do vinho, Lara chorou, Pete também. E ele ainda teria de contar toda a história para Sele, a “homenageada” pela safra.

Talvez eles saiam procurado por uma garrafa semelhante, de mesma safra, para consertar o erro de Lara e seus animados amigos madrilenhos. Ramón, da banca do Mercado Central de São Paulo, possivelmente tenha. Como é bom de negócio, Ramón já deixa claro na sua página: no boleto o vinho sai mais barato. “Só” R$ 33.200,00. Uma pechincha…


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André Andrès

Há mais de 10 anos escrevo sobre vinhos. Não sou crítico. Sou um repórter. Além do conteúdo da garrafa, me interessa sua história e as histórias existentes em torno dela. Tento trazer para quem me dá o prazer da sua leitura o prazer encontrado nas taças de brancos, tintos e rosés. E acredite: esse prazer é tão inesgotável quanto o tema tratado neste espaço.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do ES360.