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Coluna Vitor Vogas

Ramalho se aproxima do PL de Magno para ser candidato em Vila Velha

Coronel já conversou pessoalmente com o senador Magno Malta, líder do partido de Bolsonaro no ES, e com Gilvan da Federal. Saiba o que está em jogo

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No sentido da leitura, Alexandre Ramalho e Magno Malta

O ex-secretário estadual de Segurança Pública Alexandre Ramalho (sem partido) está muito próximo de entrar no Partido Liberal (PL) para ser candidato a prefeito de Vila Velha. Ramalho já conversou pessoalmente com o senador Magno Malta, presidente do partido de Jair Bolsonaro no Espírito Santo. Nessa sexta-feira (1º), encontrou-se com Gilvan da Federal, representante do PL na bancada do Espírito Santo na Câmara dos Deputados.

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Apesar da ojeriza de bolsonaristas à cor associada ao “comunismo”, Magno e companhia estão estendendo “tapete vermelho” para Ramalho filiar-se ao partido e concorrer pela legenda à Prefeitura de Vila Velha contra o atual prefeito, Arnaldinho Borgo (Podemos). As conversas se intensificaram depois que Ramalho se desfiliou do Podemos, em meados de fevereiro.

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Como publicamos aqui, até a segunda quinzena de fevereiro o destino mais provável de Ramalho era o Republicanos, partido que representa a direita conservadora, presidido no Espírito Santo pelo ex-presidente da Assembleia Legislativa Erick Musso. As conversas com o Republicanos estavam bem avançadas. Nessa sexta, Ramalho e Erick se encontraram. Mas o namoro esfriou na mesma proporção em que esquentou a aproximação do coronel da reserva da PMES com o PL de Magno e Bolsonaro.

Se consumada, a filiação de Ramalho ao PL pode ser o encontro da fome com a vontade de comer. O PL precisa urgentemente de um nome destacado para lançar a prefeito do segundo maior colégio eleitoral do Espírito Santo. Até o fim de janeiro, a aposta do partido de Magno era o veterinário Thiago Nascimento, mas o nome foi riscado dos planos depois que ele foi preso temporariamente na Operação Criptovet, do Ministério Público Estadual (MPES), por suspeita do crime de extorsão.

Já do ponto de vista de Ramalho, ele ficará muito satisfeito em poder disputar a prefeitura de sua cidade, Vila Velha, pelo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e na condição declarada de “candidato bolsonarista”, posição ideológica assumida abertamente por ele desde que se desligou do Governo do Estado e do Podemos (partido da base de apoio de Casagrande).

Na semana passada, Ramalho esteve com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, dando uma palestra no estado do Centro-Oeste. Elogiou bastante o bolsonarista de quatro costados. Constantemente, ele também rende elogios ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, principal estrela da companhia de Bolsonaro depois do próprio.

Vou me furtar a registrar, neste momento, o tamanho da ruptura política que semelhante movimento de Ramalho, se concretizado, representaria em relação ao governo Casagrande (PSB). Até janeiro, o coronel pertencia e era leal ao grupo político liderado pelo governador. Imagine se entrar no bolsonarista PL, partido de Callegari, de Lucas Polese e de ninguém menos que o hoje presidiário Capitão Assumção, maiores opositores do governo Casagrande no Estado.

Já do ponto de vista ideológico e da “afinidade” com o PL, não seria uma surpresa tão grande. Agora livre das amarras institucionais inerentes ao cargo que ocupava como secretário de Estado de um governo de centro-esquerda, Ramalho, por assim dizer, enfim “saiu do armário ideológico”.

No último domingo (26), em apoio à manifestação encabeçada por Jair Bolsonaro na Avenida Paulista na qual o ex-presidente praticamente confessou a trama golpista urdida por ele e aliados, o ex-secretário vestiu de vez a pele do bolsonarista raiz, não só apoiador como admirador (agora confesso) do ex-presidente.

Em um post no Instagram, Ramalho externou textualmente seu respeito e “admiração” por Bolsonaro. Mais que prestar-lhe reverência, literalmente bateu-lhe continência na foto publicada. E posicionou-se ao seu lado, como escreveu, a favor da “liberdade” e da “verdadeira democracia” – em linha com as concepções muito peculiares de “liberdade” e de “democracia” segundo a cartilha do bolsonarismo.

Enfim, em um único post, deu um tremendo cavalo de pau na viatura. Para quem até então se dizia um representante da “direita moderada”, foi uma guinada e tanto – não nas suas convicções interiores, mas na imagem política projetada para fora.

Outro aspecto que atrai Ramalho para o PL é a perspectiva de crescimento político em 2026. O pré-candidato do partido de Magno ao Senado é Gilvan da Federal. Mas o partido ainda não tem pré-candidato ao Governo do Estado e na certa vai querer lançar alguém. Ramalho está aí, à disposição para preencher a lacuna.

No Republicanos, ele não terá espaço para isso. A vaga de pré-candidato do partido a governador está reservada para o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini. A certeza será ainda maior em caso de reeleição do prefeito na eleição municipal de outubro.


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