Coluna Vitor Vogas
Gandini entra para valer na disputa pela Prefeitura de Vitória
Confirmando filiação ao PSD para se manter vivo no processo eleitoral, deputado assume pré-candidatura e entra no jogo com críticas à gestão Pazolini

Gandini (à direita) mostra a ficha de filiação ao PSD ao lado de Renzo Vasconcelos. Foto: assessoria de Gandini
O deputado estadual Fabrício Gandini entrou em definitivo na disputa pela Prefeitura de Vitória. Nessa segunda-feira (4), confirmando um movimento que já estava muito bem encaminhado, Gandini anunciou sua filiação ao Partido Social Democrático (PSD), sigla de centro-direita. Mas o comunicado foi duplo. Com a confirmação da filiação, o deputado também anunciou sua pré-candidatura a prefeito de Vitória pela nova legenda – que passará a ser presidida por ele mesmo em Vitória.
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O deputado ingressa no PSD exatamente como uma estratégia para manter-se vivo no jogo eleitoral na Capital.
Em julho, após 18 anos de militância no Cidadania (antigo Partido Popular Socialista – PPS), Gandini entregou a presidência estadual da agremiação, ocupada por ele no Espírito Santo por anos, recebeu da direção estadual uma carta de anuência e entrou com ação de reconhecimento de justa causa para se desfiliar do partido sem perder o mandato na Assembleia Legislativa.
Em outubro, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) deu a Gandini a carta branca para trocar de sigla sem risco de cassação. Nesse ínterim, o deputado já havia recebido o convite para se filiar ao PSD por parte de Renzo Vasconcelos, presidente estadual da sigla e ex-colega dele na Assembleia e no Cidadania. As conversas entre os dois evoluíram muito bem. No início de novembro, Gandini anunciou sua saída oficial do Cidadania.
Com mediação de Renzo, na última terça-feira (28), Gandini foi ao encontro do presidente nacional do PSD, o ex-ministro Gilberto Kassab, que endossou a filiação. Era o passo que faltava – além da assinatura da ficha, já firmada e ostentada naquela tradicional fotografia (acima).
Se tivesse ficado no Cidadania, seriam muito minguadas as chances de Gandini viabilizar candidatura a prefeito. O partido forma uma federação com o PSDB, que, além de ser mais poderoso na correlação de forças, já tem a pré-candidatura do ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas.
Aliado do governo Casagrande, Gandini tem votado quase sempre com o Palácio Anchieta na Assembleia Legislativa, mas busca, desde o início do ano, trilhar um caminho de maior independência política. O deputado é antes de tudo um aliado histórico do ex-prefeito de Vitória Luciano Rezende (Cidadania).
Em 2020, já exercendo seu primeiro mandato na Assembleia – após três mandatos na Câmara de Vitória e uma passagem pela gestão de Luciano à frente de uma secretaria turbinada –, Gandini disputou sua primeira eleição a prefeito de Vitória. Foi o candidato de Luciano à sucessão. Mas ficou no 1º turno, vendo João Coser (PT) e Lorenzo Pazolini (Republicanos) avançarem para o 2º turno, vencido pelo delegado licenciado da Polícia Civil.
Gandini é adversário de Pazolini e já entrou para valer nesta fase preliminar da disputa marcando posição nesse sentido. Seu anúncio veio recheado de críticas à atual administração, destacando o “isolamento” atribuído por ele a Pazolini:
“Hoje temos uma gestão isolada, sem perspectiva de para onde vai e o que quer. Acredito que precisamos construir um projeto que explore as vocações da cidade de Vitória. São quatro anos sem um caminho definido. A cidade precisa avaliar.”
Ao mesmo tempo, o deputado também não poupou João Coser (PT), hoje seu colega na Assembleia, considerando que o petista já teve a sua oportunidade. Também pré-candidato novamente a prefeito, Coser exerceu o cargo por dois mandatos consecutivos, de 2005 a 2012.
“Vivemos numa cidade violenta, com esgoto jorrando nas nossas praias. A saúde está um caos. Os problemas crônicos não foram resolvidos. Quero ter a minha oportunidade de mudar isso aí. A cidade vai passar por um desafio muito grande por conta da reforma tributária. Precisamos construir perspectivas econômicas”, ressaltou Gandini.
O agora pré-candidato afirma que tem conversado com outras siglas sobre possíveis alianças, como o União Brasil, o PSDB, o PSB e o Podemos.
PSDB e PSB também já têm pré-candidatos – respectivamente, Luiz Paulo e o terceiro deputado estadual a aparecer neste texto, Tyago Hoffmann. O Podemos cogita lançar o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre Ramalho.
