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Coluna João Gualberto

Sergio Rogério de Castro

Homem de sucesso, foi fundador de uma empresa importante nacionalmente no setor de embalagens, a Fibrasa

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Sérgio Rogério de Castro. Foto: Ales

 

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Encerrou recentemente seu ciclo de presença física entre nós, um profundo entusiasta das transformações sociais. Ele foi um dos fundadores do Movimento Empresarial Espírito Santo em Ação, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo nos anos 1990 e também da Associação de Empresários de Serra, na já distante década de 1970, portanto, precursor dos movimentos de construção de representação empresarial entre nós.

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Homem de sucesso, foi fundador de uma empresa importante nacionalmente no setor de embalagens, a Fibrasa. Aliás, a primeira indústria a se instalar no Civit, o nosso centro industrial localizado em Serra. A decisão continha riscos, afinal tudo lá estava apenas começando. Em tudo, um pioneiro, em tudo ousado, foi um dos maiores nomes do associativismo no Brasil. Foi também Senador Suplente de Ricardo Ferraço no PSDB, tendo assumido seu cargo de Senador da República.

Fundador da Escola de Associativismo, ele dedicou a vida a formar líderes, desde comunidades até lideranças que representam grandes indústrias. Seu foco sempre foi a construção de patamares mais elevados da representação política. Muito inovou na Findes quando a dirigiu no início dos anos 1990. Foi essa militância e importância política como gestor inovador, que o fez disputar a eleição do ano 2.000 da mesma instituição. Um ato de coragem. Foi massacrado pela máquina política que comandava o Espírito Santo, à época. Mas, suas ideias e lutas não morreram com a derrota.

Faço agora um depoimento pessoal. Foi no final de 1999 que conheci Sérgio Rogério. Havia sido professor do seu filho Léo de Castro no curso de administração da UFES. Léo sugeriu ao pai que fizesse um trabalho de pesquisa qualitativa e construção de um projeto próximo do desejo das suas bases para a Findes. Eu era sócio da Futura e a empresa fez o trabalho. Logo depois desse episódio, ele nos procurou mais uma vez, para trabalhar a ideia de que as elites empresariais precisavam construir um outro locus para a sua ação. Uma outra instituição.

A motivação era óbvia. Sérgio queria criar uma instância que pudesse ajudar o Espírito Santo a vencer o grave quadro de impasse político que estava instalado. Foi o mesmo quadro que levou a OAB a criar o Fórum Reage Espírito Santo, com forte adesão e nossas elites. Suas ideias foram trabalhadas nesse contexto, pelo núcleo de empresas responsáveis pela criação da nova instituição.

Esse núcleo inicial deu forma às ideias levantadas por Sérgio Rogerio. Deu forma e a materializou. Isso foi há 20 anos. A instituição teve forte papel na reconstrução ética do nosso estado. Colaborou de forma transparente e positiva nos governos Paulo Hartung e Casagrande, na construção de uma nova agenda para o Espírito Santo. Fez isso através de vários planos e projetos. Ajudou a vencer aquele quadro lamentável em que estávamos. Construiu e alimentou capital político entre as lideranças empresariais.

Hoje, somos um estado muito bem situado no quadro brasileiro de governança responsável e sistema político equilibrado. Construímos um ciclo de progresso. Na sua origem temos o papel desbravador, corajoso e ético desse grande personagem de nossa história recente. Por tudo o que foi e significou para a minha geração, tenho muito orgulho de que minha vida tenha sido um dia enriquecida pela presença desse homem honrado que foi Sérgio Rogério de Castro. De poder ter tido a oportunidade de conviver com sua coragem e determinação. Ele partiu com sua missão cumprida e honrou a vida que teve.


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João Gualberto

João Gualberto é professor Emérito da Universidade Federal do Espírito Santo e Pós-Doutor em Gestão e Cultura (UFBA). Também foi Secretário de Cultura do Espírito Santo de 2014 a 2018. João Gualberto nasceu em Cachoeiro do Itapemirim e mora em Vitória, no Espírito Santo. Como pesquisador e professor, o trabalho diário de João é a análise do “Caso Brasileiro”. Principalmente do ponto de vista da cultura, da antropologia e da política.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do ES360.