Coluna Inovação
Onde o ChatGPT aprende tanta coisa?
Preparem-se para a nova onda de hackers e golpes com Inteligência Artificial. Outro dia vimos a perfeição do Sílvio Santos falando no lugar do Bonner no Jornal Nacional. Daqui a pouco você poderá receber um vídeo do seu chefe pedindo para você cobrir uma conta no banco para ele ou sua filha em vídeo avisando que foi sequestrada, numa evolução tecnológica do golpe manjado feito de dentro das prisões. Se um sistema de IA ler vários textos seus, poderá escrever qualquer coisa como se fosse você e sua família vai jurar que é você. Aliás, é fácil pedir para o ChatGPT escrever algo no mesmo estilo de alguém famoso, do qual ele já leu um bocado de textos.
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Esse é o problema. O ChatGPT, assim como outros aplicativos de IA( e são muitos), são alimentados com zilhões de informações, e não sabem mais ainda porque o hardware não está dando conta de processar tudo isso. Por enquanto, porque semana que vem já saberá muito mais. As dúvidas surgem sobre a qualidade desses dados que eles engolem. Pode haver de tudo no meio. Textos homofóbicos, pedofilia, discursos de ódio, mentiras então, aparecem como se o aplicativo chutasse horrores, nas já chamadas alucinações. Todo mundo tem um caso para contar onde ele inventou, por exemplo, startups que não existiam, casos jurídicos que nunca ocorreram ou biografias delirantes de personagens. Essa constatação mostra que não dá para usar tudo sem olhar o que ele fez.
Então o humano será sempre necessário por perto – pelo menos por enquanto. Mas muita gente vai usar a ferramenta de vez em quando e muitos vão querer fazer tudo com IA. Surge a preocupação que em alguns anos, a maioria da informação gerada e que alimentará novamente a IA será gerada pela própria IA. Pessoas não aprenderão as coisas com outras pessoas, mas com aplicativos de IA. O que significa isso? Hoje muita gente na frente de uma simples conta de somar puxa a calculadora. Em alguns anos poderá não formular uma frase ou um pensamento sem puxar sua IA, talvez até implantada no cérebro.
Isso é para mais adiante, mas hoje você não pode implementar um programa de computador que ele fez, e que surpreende os próprios técnicos do setor, sem checar, porque você não sabe se os programas que alimentaram a máquina eram perfeitos. E se você dispensar seus programadores e substítuí-los por engenheiros de prompt, eles podem engolir erros por incapacidade de conhecimento. Os defensores da IA argumentarão corretamente que os humanos cometem os mesmos erros. Mas é bom tomar cuidado.
Muita gente acredita que os dados onde a IA foi buscar suas informações na internet são seguros e de uso gratuito. Se ele se inspirar no texto de um escritor, na obra de um pintor, fotógrafo, músico ou cineasta para criar algo aparentemente inédito, infringe direitos autorais?
Mas tem coisas ótimas. A promessa de acelerar o desenvolvimento de medicamentos é ótima. E faz coisas espetaculares. Monta planos de negócio, apresentações profissionais, programas de computador, projetos de produtos, artigos, fotos e vídeos a partir de um prompt descrevendo o que se quer.
O fato é que todo mundo vai ter que usar. A pessoa ou a empresa que não souber usar estará fora do mercado. Quando saiu o pacote Office e seus precursores, muita coisa mudou nos hábitos profissionais. A IA pode ser apenas mais uma ferramenta para aumentar nossa produtividade ou pode ser algo tão ou mais revolucionário do que a internet – e é isso que está parecendo.
As dúvidas todas são só o início, depois piora, até estabilizar – sei lá.
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