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Coluna Inovação

O Espírito Santo também inova no agronegócio

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A utilização de drones se espalhou com enorme efeito na nutrição de plantas e no controle de pragas. Foto: Pixabay

A utilização de drones se espalhou com enorme efeito na nutrição de plantas e no controle de pragas. Foto: Pixabay

O maior ativo que o Brasil possui para apresentar ao mundo um soft power relevante é a capacidade de produzir alimentos em grande quantidade e de modo sustentável. Isso tem enorme importância em um mundo onde ainda pontificam aqueles que dispõem do hard power, a força bélica. O país tem dado saltos fantásticos em produtividade com inovações na tecnologia digital, biológica ou de gestão. O Espírito Santo está nesse ritmo, é o que nos conta o Secretário de agricultura Ênio Bergoli em recente entrevista no quadro inovação na BandNews.

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A utilização de drones se espalhou com enorme efeito na nutrição de plantas e no controle de pragas, inclusive no norte do estado. A anterior aplicação aérea de produtos desperdiçava recursos pela altura dos voos, contrastando com a aplicação barata, direta e precisa dos drones que aumenta a eficácia e a segurança para a população. A automação também se popularizou. Sensores regulam a utilização de água e consumo de energia a partir das medidas de umidade do solo em grande parte das propriedades no estado.

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Na genética, a produção científica brasileira é de primeiro mundo. E acontece uma mudança recente na engenharia genética, onde os polêmicos organismos geneticamente modificados dão lugar aos minicromossomos, ou seja, usando partes de uma mesma planta, criando resistência às pragas ou variedades tolerantes ao estresse hídrico, que não demandem tanta água para produzir.

O avanço tecnológico provoca também uma procura maior por empregos mais qualificados: operadores de drones, utilizadores de software de gestão especializados, gestores de propriedades como um todo.

Mas temos também alguns gargalos a superar. O ES é, disparado, o maior produtor de café conilon, que é o café das regiões mais quentes, e representa 80% dos cafés que os brasileiros consomem. A arquitetura da planta difere do arábica, o café das montanhas. No arábica existe um caule ereto e ramos perpendiculares a 90 graus. No conilon temos um multicaule e ramos com ângulos diferentes. Todas as máquinas desenvolvidas para colheita mecanizada focaram o arábica, que tem muito mais áreas plantadas no Brasil e não servem para o conilon, que demanda ainda muita mão de obra, difícil de conseguir. Temos aí uma demanda tecnológica para a maior atividade agrícola do Espírito Santo. O que aconteceu ao longo do tempo com o conilon é um avanço formidável, lembra o secretário de uma época onde se dizia que o conilon era o vegetal mais parecido com café.

Pelo lado da agroindústria, está se consolidando em Linhares um polo exportador de café solúvel onde grandes empresas se instalaram, como a Cacique e Olam. No mundo, quase 25% do café consumido é solúvel, que demanda um blend de arábica e conilon. No Brasil, menos de 5% consumido é solúvel. Também surgem a cada dia novas pequenas torrefadoras de cafés especiais fazendo, na prática, com que o café, em parte, deixe de ser commodity. Uma saca comum de mil reais pode chegar a 20.000 como já aconteceu com cafés especiais do Caparaó, em evento recente. O ES passou a fazer parte do roteiro mundial das grandes empresas internacionais que operam café.

Para o ES, onde 77% das propriedades são pequenas e familiares, as cooperativas são fundamentais para melhorar a qualidade e para agregar esses pequenos produtores na compra de insumos e na formação de volumes para negociação.

Além da cafeicultura, o ES é o maior produtor de gengibre e pimenta do reino e maior exportador de mamão e todas as culturas exigem competitividade e qualidade onde a tecnologia e o conhecimento são fundamentais.

Porém, o mercado hoje não demanda mais apenas competitividade e qualidade na agricultura. As pessoas desejam agora um conceito que envolve sustentabilidade nos seus processos. E o Espírito Santo está alinhado com essas novas demandas. O Secretário promete o lançamento no dia 24/5, dia do café, um programa revolucionário para o mundo do café, que vai ver e copiar o que vai acontecer no ES. Um programa de desenvolvimento sustentável da cafeicultura. Aguardemos.


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Evandro Milet

Evandro Milet é consultor, palestrante e articulista sobre tendências e estratégias para negócios inovadores. Possui Mestrado em Informática(PUC/RJ) e MBA em Administração(FGV/RJ). É Conselheiro de Administração certificado pelo IBGC e Conselheiro do CQC Inovação do Ibef/ES. Tem extensa experiência profissional, no Espírito Santo, Rio de Janeiro e Brasília, como empresário, executivo de empresas públicas e privadas, conselheiro de administração e consultor nas áreas de TI, inovação, qualidade, gestão, estratégia, empreendedorismo e meio ambiente, além de ser mentor e investidor em startups. Participa do programa EStúdio 360 Inovação na TV Capixaba e no programa Inovação na Band News FM. Co-autor do livro Vencedores pela editora Qualitymark. É atualmente Presidente do Cdmec- Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico.

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