Coluna Inovação
Inovação | A árvore que anda e o algoritmo pirado
Como o desavisado algoritmo vai entender que árvore anda? Ele pode ter imaginado estar no meio de um furacão e pirou
Imagens assustadoras viralizaram nas redes sociais recentemente ao mostrarem um veículo autônomo da Waymo (Google) andando em zigue-zague por uma estrada no Arizona, Estados Unidos. O vídeo viral mostra o veículo sem motorista percorrendo a estrada com dificuldade para ficar na mesma faixa e indo em direção ao meio-fio várias vezes nos arredores da cidade de Phoenix. O veículo parecia estar seguindo um caminhão de jardinagem que tinha uma árvore em sua cabine na parte de trás. Pudera, como o desavisado algoritmo vai entender que árvore anda? Ele pode ter imaginado estar no meio de um furacão e pirou. Não é fácil treinar algoritmos para todas as situações possíveis.
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O mundo digital promete maravilhas para a humanidade em saúde, mobilidade, segurança e conforto, mas nos prepara também algumas armadilhas. Carros sem motorista podem aumentar a nossa segurança nas estradas, considerando que não bebem, não dormem, não se distraem e nem falam ao celular dirigindo. Mas podem, em tese, ser sequestrados por um hacker e nos levar para longe, com pedidos de resgate. Espero que não, mas a bandidagem também é digital.
Em 2016, o Fórum Econômico Mundial, em encontro realizado em Davos na Suíça, lançou uma série de questões para especialistas visionários especularem sobre o que aconteceria até 2025 em vários desdobramentos das inovações tecnológicas. A maioria entendeu que em 2025, 10% dos veículos rodando nos EUA seriam autônomos. Não aconteceu. No Espírito Santo, o projeto pioneiro desenvolvido pela Ufes, conhecido nacionalmente por ter, em jogada não planejada de marketing, atropelado a Ana Maria Braga, não pode ainda evoluir para as ruas por falta de legislação específica. Evoluiu para ambientes controlados como a área interna da Vale e ambientes de mineração onde a circulação é restrita. Realmente não é fácil prever o futuro, esse porém parece inevitável. Um dia chegaremos lá.
Mas os algoritmos não fazem bobagens só nos automóveis. Quando o Google fez um acordo com o jornal New York Post para publicar anúncios laterais, associados às matérias publicadas, não imaginou a trapalhada que poderia acontecer. Ao lado de uma reportagem sobre um assassino que esquartejava as vítimas e colocava os pedaços em sacos de lixo apareceu uma propaganda de … sacos de lixo. O algoritmo sem noção teve de ser trocado rapidamente.
Mas estamos evoluindo, no fim vai ser muito bom. Daqui a alguns anos, os nossos netos questionarão a irresponsabilidade dos antepassados em permitir que humanos dirigissem veículos. E, finalmente, nos livraremos dos radares traiçoeiros e das placas bem brasileiras de “Respeite a sinalização”.
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