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Coluna Inovação

Escolher gestores e não vencedores

É realmente difícil definir quais os setores podem ter um melhor desempenho, consideradas tantas variáveis no mercado

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Escolher bons gestores faz a diferença no resultado final. Foto: Freepik

Escolher bons gestores faz a diferença no resultado final. Foto: Freepik

Uma das maiores críticas às políticas industriais praticadas em períodos passados se referia a ideia do governo poder escolher vencedores, investindo diretamente em determinadas empresas em setores pinçados como estratégicos. É realmente difícil definir quais os setores podem ter um melhor desempenho, consideradas tantas variáveis no mercado, e dentro dos setores, o governo escolher quem será beneficiário dos recursos.

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Na Nova Indústria Brasil, novo nome para a política industrial lançada recentemente, esses dois problemas foram tratados. Os setores obedeceram à ideia de missão, modelo lançado pela economista italiana Mariana Mazzucato, tomando como referência genérica um grande programa mobilizador, como foi a colocação de um homem na lua em 1969.

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O modelo de alocação de recursos pelo Bndes, principalmente em tecnologia, tem obedecido a uma dinâmica que nos é familiar e pioneiro aqui no Espírito Santo. No lugar de o Banco escolher as empresas, ele faz parcerias com o mercado financeiro especializado para criar fundos que investem em empresas segundo alguns critérios definidos. As empresas são selecionadas pela instituição financeira, sem participação do governo, por esses critérios técnicos. Esse é o modelo adotado pelo Fundo de investimento em participações-FIP Funses1 que recebeu 250 milhões do Fundo Soberano do governo do Espírito Santo para investir em startups, selecionadas pela empresa especialista vencedora de licitação feita pelo Bandes. No lugar de escolher vencedores, escolher gestores que irão escolher investidos pelas características técnicas e empresariais e possíveis vencedores no futuro.

> Equilibrar grandes e pequenas empresas é o maior desafio da Findes

No caso do Funses1, a TM3, empresa especializada na gestão de fundos de Venture Capital, recebe uma pequena taxa de administração do fundo e uma participação maior na performance conseguida pelo fundo. Normalmente os fundos têm um prazo definido, no caso do Funses1 são dez anos, e nesse período serão feitos investimentos e desinvestimentos. Significa que o fundo entrará com um valor em uma empresa que tenha condições aceleradas de crescer bastante a tempo de que a participação seja vendida dentro do prazo de duração do fundo, com um retorno que valha a pena para a empresa com a taxa de performance. E que seja bom para retorno do investimento pelo governo que fica com a maior parte da rentabilidade para realimentar o fundo.

Com esses parâmetros, a startup para ser investida deve ter algumas características: tecnologia relevante, modelo de negócio factível, capacidade de crescer rápido, equipe dedicada, captable não muito disperso, receita recorrente, grande mercado potencial, produto com boa barreira de entrada e perspectivas de mercado para saída(exit), isto é, se existem empresas ou fundos que poderiam se interessar depois do crescimento.

Empresas iniciantes podem se apresentar para participar de processos de aceleração e aprendizado, mesmo sem receber recursos inicialmente, e as mais preparadas podem se habilitar para cheques de 300 mil a 30 milhões de investimento.

A ideia geral é apoiar empresas que possam se tornar relevantes para o ecossistema capixaba e sirvam de bons exemplos. E nada melhor para servir de exemplo para novos empreendedores do que ver que outros já tiveram sucesso.


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Evandro Milet

Evandro Milet é consultor, palestrante e articulista sobre tendências e estratégias para negócios inovadores. Possui Mestrado em Informática(PUC/RJ) e MBA em Administração(FGV/RJ). É Conselheiro de Administração certificado pelo IBGC e Conselheiro do CQC Inovação do Ibef/ES. Tem extensa experiência profissional, no Espírito Santo, Rio de Janeiro e Brasília, como empresário, executivo de empresas públicas e privadas, conselheiro de administração e consultor nas áreas de TI, inovação, qualidade, gestão, estratégia, empreendedorismo e meio ambiente, além de ser mentor e investidor em startups. Participa do programa EStúdio 360 Inovação na TV Capixaba e no programa Inovação na Band News FM. Co-autor do livro Vencedores pela editora Qualitymark. É atualmente Presidente do Cdmec- Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico.

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