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Coluna Inovação

O espírito empreendedor gera desenvolvimento e elimina pobreza

É um equívoco acreditar que só é público o que é estatal. O governo não consegue contratar os melhores do mercado

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O espírito empreendedor gera desenvolvimento e elimina pobreza. Foto: Freepik

O espírito empreendedor gera desenvolvimento e elimina pobreza. Foto: Freepik

O publicitário Nizan Guanaes diz que empresário é o sujeito que tira de onde não tem e bota onde não cabe. Responsável por gerar empregos, pagar impostos e crescer a economia é malvisto por querer ganhar dinheiro e ficar rico. Ficar rico é glorioso, já disse Deng Xiaoping ao enterrar o obscurantismo econômico da época de Mao Tse Tung na China, hoje lotada de bilionários e com 500 milhões tirados da pobreza. Mal ou bem, a globalização e o empreendedorismo permitiram esse avanço, como também aconteceu no Brasil com programas sociais adequados, embora tenha aumentado a desigualdade até na China.

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Afinal, o que é mais urgente, reduzir a desigualdade ou eliminar a pobreza? Cuba reduziu a desigualdade e deixou todos pobres. Como ensinam os livros de gestão, façamos primeiro o que é prioritário e urgente. O que for prioritário e menos urgente vamos tratar em seguida com um sistema tributário eficiente e justo, com prioridade para a educação básica desde já e atenção à diversidade e inclusão. A China aprendeu a crescer de forma acelerada. E não adianta comparar com a tese do Delfim na ditadura, de primeiro crescer o bolo para depois dividir. É outra coisa, estamos falando de acabar com a pobreza enquanto cresce. Desigualdade ampla também é muito ruim, gera insatisfações sociais e também tem que ser resolvida em seguida.

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Só quem é empresário conhece o sufoco de chegar ao final do mês sem caixa para pagar empregados, o stress de vender para pagar as contas, o sacrifício de família para se dedicar aos negócios sem horário ou sem férias remuneradas, a inglória tarefa de enfrentar a burocracia, crises recorrentes, voos de galinha na economia, o passado imprevisível e o apetite insaciável dos governos por impostos. Aquele que é funcionário público com estabilidade, que recebe seu salário impreterivelmente no fim do mês, não tem ideia do que significa o risco que justifica o lucro.

Governos ditos de esquerda muitas vezes entendem que são mais capazes de movimentar a economia do que a iniciativa privada, mas têm dificuldade de controlar o gasto público na ânsia de distribuir sem saber como gerar riqueza. Privatizações são demonizadas enquanto empresários são considerados não confiáveis ou que prejudicam a população só pensando em lucro. Alguns chegam a dizer que empresários nem são trabalhadores!

Não adianta imaginar que estruturas burocráticas são mais capazes de gerar empregos e riqueza do que um setor privado movido pelo espírito animal, tendo que inovar sempre, ameaçado permanentemente pela destruição criativa que Schumpeter mostrou e fazendo funcionar a mão invisível que equilibra preços e gera riqueza.

É um equívoco acreditar que só é público o que é estatal. O governo não consegue contratar os melhores do mercado, demitir os piores ou comprar sempre os melhores produtos. Concursos públicos avaliam conhecimentos genéricos sem entrevistas ou testes de personalidade e licitações acabam contratando por preço, com qualidade duvidosa, além de episódios frequentes de judicializações intermináveis. Indicações de dirigentes sem currículo e competência ou com outros interesses acabam prevalecendo. Poderosos órgãos de controle amedrontam a caneta burocrática, turbinando a ineficiência. Enfim, um desperdício de dinheiro público, seu, meu, nosso.

Claro que ao governo cabe a regulação, a fiscalização, programas de transferência de renda, cobrar impostos e evitar a assimetria de informação e a corrupção, mas nunca a execução de ações que ele não tem competência para executar. O exemplo da área de saneamento é marcante. Décadas de operação estatal precária são atropeladas pelo dinamismo das concessões e PPPs após a aprovação do marco do saneamento pelo Congresso, com metas a serem cumpridas.

O argumento de que empresas privadas não atenderiam a população de baixa renda é contestado por editais bem elaborados prevendo subsídios cruzados e obrigações específicas nesse sentido. Alegar que países desenvolvidos estão reestatizando serviços, como exemplo a ser seguido, só pode ser defendido por inocentes que fazem questão de não comparar o nível de educação, o ambiente de negócios e a malha burocrática entre nós e eles.

Liberar o empreendedor das amarras burocráticas e combater visões estatizantes é o caminho mais rápido para o desenvolvimento do país.

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Evandro Milet

Evandro Milet é consultor, palestrante e articulista sobre tendências e estratégias para negócios inovadores. Possui Mestrado em Informática(PUC/RJ) e MBA em Administração(FGV/RJ). É Conselheiro de Administração certificado pelo IBGC e Conselheiro do CQC Inovação do Ibef/ES. Tem extensa experiência profissional, no Espírito Santo, Rio de Janeiro e Brasília, como empresário, executivo de empresas públicas e privadas, conselheiro de administração e consultor nas áreas de TI, inovação, qualidade, gestão, estratégia, empreendedorismo e meio ambiente, além de ser mentor e investidor em startups. Participa do programa EStúdio 360 Inovação na TV Capixaba e no programa Inovação na Band News FM. Co-autor do livro Vencedores pela editora Qualitymark. É atualmente Presidente do Cdmec- Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico.

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