fbpx

Coluna André Andrès

Sete vinhos nacionais para celebrar a nossa história

Coluna traz uma seleção de vinhos premiados e de bom preço para celebrar a semana de comemoração de nossa brasilidade

Publicado

em

Qual o primeiro vinho consumido no Brasil? Bem, não dá para ter certeza absoluta, mas em Portugal se cristalizou a ideia de ter sido um vinho saído das mesmas terras onde hoje é produzido o Pêra-Manca, atualmente um dos mais famosos e caros rótulos portugueses. Certo mesmo é a presença de um grande estoque de tintos nas caravelas comandadas por Pedro Álvares Cabral. Ou seja, a história do vinho no Brasil se confunde com o nascimento da nação. A produção vinícola no país teve um início incipiente, ganhou impulso com a chegada da família real, se expandiu fortemente com a vinda de italianos, após o fim da escravidão, e atualmente experimenta uma fase de refinamento, de melhoria consolidada dos produtos.

O nível de qualidade torna muito difícil a tarefa de elencar os melhores vinhos nacionais feitos hoje no Brasil. Mas dá para cruzar algumas informações e, levemente inspirado nas listas anuais da revista norte-americana Wine Spectator, fazer uma relação capaz de unir qualidade, conferida por prêmios relevantes, e disponibilidade, seja por conta da facilidade em encontrar o vinho, seja pelo seu preço. A partir do cruzamentos dessas informações, fizemos uma relação para ser usada nesta semana na qual celebramos nossa independência, nossa brasilidade e nossa história…

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

Vinho nacional Amitié Viognier

Quer continuar sendo brindado com notícia sobre o mundo do vinho? Entre para a comunidade de André Andrès.

Amitié Viognier – A casta francesa Viognier vem sendo “descoberta” por muitos enólogos e é cada vez mais apreciada pelos consumidores. O Viognier das amigas Juciane Doro e Andreia Milan recebeu impressionantes 95 pontos na mais recente edição da Decanter World Wine Awards, um dos mais conceituados prêmios do planeta. Aliás, foi o vinho brasileiro mais bem pontuado da Decanter. O mosto (resultado da maceração das uvas) passa quatro meses em barricas de carvalho francês. A combinação final é perfeita: acidez nos aromas e maciez no paladar. Excelente branco, ainda mais por conta de seu preço.
Quanto custa? R$ 97 

Espumante nacional Casa Valduga Premium MoscatelEspumante Casa Valduga Premium Moscatel – A revista Adega, principal publicação nacional sobre vinhos, publica anualmente um grande guia sobre a produção brasileira. Os avaliadores também fazem uma espécie de seleção dos melhores. Neste ano, o espumante feito com a uva Moscatel foi este, da Casa Valduga. Há quem nem goste de provar vinhos desta casta pelo fato de ela ser bastante adocicada. Pois é bom termos consciência de algo: os espumantes brasileiros mais premiados fora do Brasil são feitos com Moscatel. Neste caso, trata-se de saber combinar a bebida com pratos adequados. É um espumante capaz de fazer belo papel na sobremesa, por exemplo. Basta não escolher algo muito doce, para não anular o sabor da bebida. De qualquer forma, é uma bela opção.
Quanto custa? R$ 78

O melhor vinhos brasileiro não é gaúcho. Saiba onde e como ele é feito

Vinho tinto nacional Aurora Gran Reserva Touriga Nacional

Aurora Gran Reserva Touriga Nacional – Uma das mais representativas castas portuguesas, a Touriga Nacional tem rendido ótimo vinhos no Brasil. Neste caso, a uva foi plantada na região da Campanha gaúcha, bem no extremo sul do país, na divisa com o Uruguai. O vinho passou por 12 meses em barricas de carvalho francês. O resultado é um tinto muito estruturado, com grande capacidade de envelhecimento. Essa capacidade, aliás, é característica da uva. A Touriga é originária do Dão, região portuguesa conhecida por produzir tintos com longa vida pela frente. O vinho recebeu medalha de prata e 91 pontos na edição deste ano da International Wine and Spirits Competition.
Quanto custa? R$ 80

Ponto Nero Cult Rosé. É encontrado por R$ 48. Foto:Divulgação

Ponto Nero Cult Espumante Brut Rosé – A Ponto Nero faz parte do enorme complexo produtivo da Casa Valduga. E entrega espumantes variados, de ótima qualidade e bom preço. O Ponto Nero Cult é feito com mescla clássica de Chardonnay e Pinot Noir. E o mosto é deixado em maior contato com as cascas da Pinot, para ganhar cor. O resultado final agradou aos avaliadores da Decanter (recebeu 91 pontos) e do Concurso do Espumante Brasileiro (recebeu a Medalha de Ouro). O Ponto Nero Cult ficou bem à frente de espumantes bem mais caros nas duas avaliações. Um feito, sem dúvida alguma.
Quanto custa? R$ 65

Espumante Casa Perini Nature

Espumante Casa Perini Nature – Benildo Perini, o patriarca da Casa Perini, estabelece uma divisão clara na história da vinícola: antes e depois do intenso trabalho feito pelo grande enólogo Mario Geisse. Os anos passados por Geisse na Perini resultaram em uma melhoria considerável de seus vinhos, principalmente os espumantes. Nature é o nome dado ao espumante feito sem o licor de expedição, ou seja, natural, com uma dosagem de açúcar bem baixa (máximo de 3 gramas por litro). O nature da Casa Perini usa a mescla clássica de Pinot Noir e Chardonnay. Ganhou o prêmio Top Five, da Vitória Expovinhos, na categoria Espumantes. É bem seco, muito refrescante. E muito bem feito.
Quanto custa? De R$ 90 a R$ 120

Sacramentos Sabina Syrah – Essa sugestão é para “correr atrás”. O Sabina foi escolhido pelo Descorchados 2022, respeitado guia da América do Sul, como o melhor vinho feito no Brasil.  O vinho nasce em São Miguel (MG). As uvas são levadas de lá para Caxias do Sul, onde são conduzidas pelo premiado Alejandro Cardozo, enólogo uruguaio. O transporte de uvas entre local de produção e de vinificação não é algo raro, mas a distância percorrida pelos cachos de Syrah entre Minas e Rio Grande do Sul, sim. São 1.500 quilômetros, ou 24 horas de viagem ininterrupta. E ela é feita sem paradas demoradas: o caminhão, refrigerado, é conduzido por dois motoristas, para tornar a viagem mais rápida. Além do Descorchados, o Sabina coleciona várias premiações pelo mundo.
Quanto custa? R$ 170

Lidio Carraro Dádivas Chardonnay

Lidio Carraro Dádivas Chardonnay – Esse vinho não ganhou nenhuma medalha internacional recentemente, mas recebeu uma premiação equivalente: foi elencado por Jorge Lucki, o principal crítico de vinhos do país, entre os vinhos brancos nacionais de melhor custo-benefício. A Chardonnay passa por um processo de maturação em parcelas, em tanques de inox. Ou seja, o vinho não passa por madeira e exibe as características mais intensas da uva, com toques florais, de frutas e também de mineralidade. A presença do sabor amanteigado, tão próprio de Chardonnay com fermentação em barricas de carvalho, aparece de forma mais discreta. Neste caso, ele é resultante do contato do vinho com as borras finas (processo chamado de “sur lie”) por 10 meses. Opção deliciosa.
Quanto custa? R$ 95


Valorizamos sua opinião! Queremos tornar nosso portal ainda melhor para você. Por favor, dedique alguns minutos para responder à nossa pesquisa de satisfação. Sua opinião é importante. Clique aqui

André Andrès

Há mais de 10 anos escrevo sobre vinhos. Não sou crítico. Sou um repórter. Além do conteúdo da garrafa, me interessa sua história e as histórias existentes em torno dela. Tento trazer para quem me dá o prazer da sua leitura o prazer encontrado nas taças de brancos, tintos e rosés. E acredite: esse prazer é tão inesgotável quanto o tema tratado neste espaço.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam as ideias ou opiniões do ES360.