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Bem-estar

Chuvas e alagamentos aumentam o risco de leptospirose

Recentemente o ES foi afetado por fortes chuvas. Em humanos, a doença tem capacidade de se tornar grave, quando chega a uma letalidade de 40%

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Rua completamente alagada

Chuvas e alagamentos aumentam o risco de leptospirose. Foto: reprodução / redes sociais

As chuvas intensas e alagamentos trazem uma preocupação que vai além dos prejuízos materiais e pode atingir a saúde da população: a leptospirose. A doença, que é causada pela bactéria chamada leptospira, pode infectar tanto humanos quanto animais, principalmente roedores, e no humano tem capacidade de se tornar uma doença grave, quando chega a uma letalidade de 40%.

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“A leptospira, quando infecta os animais, muitas vezes não causa a doença, mas ela é disseminada pela urina e secreções desses animais. Essa bactéria tem uma capacidade de sobreviver no ambiente de semanas até meses, e isso facilita a disseminação”, explica a infectologista Ana Carolina D’Ettorres.

A especialista detalha que, geralmente, os casos de leptospirose acontecem em condições de saneamento básico precário e com alta infestação de roedores. “As chuvas ajudam a disseminar a doença, uma vez que a água pode ficar contaminada com a urina ou secreções de roedores. O humano pode ser contaminado quando tem pele lesionada, pode ser por qualquer machucadinho ou por mucosa, e entra em contato com essa água contaminada”.

Em épocas de maior intensidade de chuva e enchentes, ocorrem situações em que as pessoas ficam imersas em água, que pode estar contaminada, por isso, o risco para leptospirose é aumentado. Os sintomas podem acontecer de dois dias até duas semanas depois da exposição.

“Na fase precoce da doença, o paciente costuma ter febre, dor muscular – principalmente na panturrilha -, dor articular, diarreia, náuseas e vômitos, sintomas inespecíficos que acabam sendo confundidos com outras doenças. No entanto, se a pessoa teve contato com águas de enchente ou teve exposição a esgoto, lama, em locais com muitos roedores, é fundamental que passe essa informação ao médico para que faça o diagnóstico correto”, alerta Ana Carolina.

Depois dessa fase inicial cerca de 40% dos pacientes evoluem para uma forma mais grave da doença, que é tardia, e tradicionalmente apresenta: insuficiência renal, hemorragia – principalmente pulmonar -, e icterícia – que é o amarelão, consequência de insuficiência hepática. “Esse quadro tem uma letalidade alta, então é preciso pensar no diagnóstico de forma rápida. O tratamento é feito com antibióticos de fácil acesso, mas, na fase tardia, até mesmo o antibiótico pode falhar por se tratar de uma fase mais complexa da doença”, salienta.

A prevenção é feita com medidas de saneamento básico, com coleta adequada de lixo e controle de roedores. Ana Carolina orienta ainda que, para os profissionais que trabalham com esgotos e imersão de águas nessas zonas, é importante que usem roupas impermeáveis e adequadas para impedir o contato da pele com águas potencialmente contaminadas.

“Se a casa foi inundada e está com água proveniente de inundação, é importante que na hora de limpar a pessoa use roupas impermeáveis e proteja as mãos para não entrar em contato direto com essa lama. Depois de retirada essa lama, é preciso jogar água sanitária, na proporção de duas xícaras para 20 litros de água. As superfícies devem ficar com o produto por 15 minutos para agir e matar a bactéria que ali estiver presente”, ensina a médica.


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