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Cresce a violência contra idoso no ES, diz delegada da DEPPI

Delegada Milena Girelli destaca aumento de denúncias de violência contra idosos no Espírito Santo, incluindo abusos financeiros

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Em entrevista à BandNews FM Espírito Santo, a delegada Milena Girelli, titular da Delegacia Especializada de Proteção à Pessoa Idosa (DEPPI), destacou a gravidade da violência contra os idosos no estado. A delegacia, única no Brasil com assistente social e psicólogo, trata de casos que vão além da presença policial comum.

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Milena explica a importância do suporte técnico: “Hoje nós somos o único estado do Brasil que temos, na corporação, assistente social e psicólogo. E faz toda a diferença no atendimento desse público”. Segundo a delegada, os idosos atendidos são extremamente vulneráveis e dependentes.

Tipos de violência e a vulnerabilidade dos idosos

A delegada ressaltou que o abuso financeiro é um dos crimes mais frequentes. “A gente tem pego muitas situações de abuso financeiro, que deixa, inclusive, a nossa vítima, a pessoa idosa, extremamente vulnerável, no sentido de faltar para ela alimentos, realmente. Medicamentos. E, na maioria das vezes, os agressores são pessoas muito próximas, né? São filhos, são netos.”

Além do abuso financeiro, outros tipos de violência também são comuns. “Os maiores crimes que a gente tem hoje nas delegacias são ameaças, maus tratos, negligência, o abuso financeiro e a violência física.”

Dificuldades na denúncia

Milena Girelli apontou a dificuldade dos idosos em denunciar seus agressores. “A minha vítima dificilmente quer denunciar o seu agressor. Porque são pessoas muito próximas, são as pessoas que eles mais amam.” Isso torna essencial o papel de testemunhas e da sociedade em geral para identificar e relatar esses casos.

Ela também destacou que muitas vítimas têm dificuldades para entender que estão sofrendo violência. “Muitas vezes na delegacia falam que caíram, que já tem a debilidade, né, que tem devida idade, e não conta que foi agredido.”

O papel das denúncias e da sociedade

Para combater essa violência, é fundamental que denúncias sejam feitas, mesmo que de forma anônima. “Primeiro que as pessoas podem fazer uma denúncia em qualquer delegacia, ela não precisa ir na delegacia especializada. Essa ocorrência vai ser encaminhada pra gente.” Milena reforçou que denúncias anônimas podem ser feitas pelo Disque 100, e também por outras instituições como CREAS, CRAS ou hospitais.

A delegada também explicou que mesmo se o idoso não quiser prosseguir com a denúncia, a maioria dos casos são de ação penal pública incondicionada. “Vai ter continuidade, sim,” afirmou.

Importância de medidas protetivas e aumento das denúncias

Para proteger os idosos, medidas cautelares semelhantes às medidas protetivas para mulheres são aplicadas. “A maioria das nossas vítimas são mulheres e a maioria dos nossos agressores são homens.”

A delegada também ressaltou o aumento significativo nas denúncias presenciais e anônimas. “Nesse mesmo período de janeiro a maio, comparativo do ano passado, a gente já teve mais de 200 ocorrências, um acréscimo de mais de 200 ocorrências.”

Escolha de cuidadores e responsabilidade da família

Milena Girelli destacou a importância de escolher cuidadores com cuidado, verificando referências e antecedentes. “Tenha um cuidado de referência, de pesquisar realmente se essa pessoa trabalhou, porque às vezes a gente vê pessoas que acontecem maus tratos, né? Denuncia, mas não sabe nem o nome completo do cuidador.”

Ela também alertou sobre o crime de abandono. “Não é qualquer pessoa para entrar. Então, tenha cuidado. Não confie também em qualquer pessoa. Procure saber referência.”

Denúncia

A delegada finalizou a entrevista enfatizando a importância da divulgação dos direitos dos idosos e do papel da sociedade em combater a violência. “Não pegue por omissão, faça o seu trabalho. Eu sempre falo assim às pessoas, reclamam, reclamam, reclamam, mas a gente também tem que fazer a nossa parte como cidadão, né? E denunciar realmente.”

Denúncias podem ser feitas anonimamente pelo Disque 100, em delegacias, CREAS, CRAS ou instituições hospitalares. A DEPPI continua trabalhando para proteger os idosos e garantir que os agressores sejam responsabilizados.