TV Capixaba
Queimadas dobram com seca e pouca previsão de chuvas no ES
Mesmo com a chegada da primavera, Espírito Santo enfrenta seca prolongada, altos índices de queimadas e ausência de chuvas significativas, agravando a situação em várias regiões do estado
Com a aproximação da primavera, que começa no próximo domingo, o Espírito Santo ainda não vê sinais de chuvas suficientes para reverter a seca que persiste em várias regiões do estado. Até o momento, os acumulados de chuva estão concentrados em áreas litorâneas, principalmente na Grande Vitória e no litoral norte. Segundo o meteorologista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Hugo Ramos, essa distribuição é esperada para o fim do inverno, mas a situação de seca é preocupante.
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Em entrevista ao Estúdio 360, o meteorologista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) Hugo Ramos explicou que a ausência de chuva significativa já afeta o estado há meses, e que a situação não é isolada. “Estamos vendo os reflexos do final do ano passado, quando tivemos baixa pluviosidade. O norte do estado foi o primeiro a sentir os impactos”, afirmou.
Seca prolongada e queimadas em alta
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), até ontem, 525 focos de incêndio foram registrados no Espírito Santo, mais que o dobro do mesmo período de 2023. A falta de chuva, combinada com as altas temperaturas, tem provocado um aumento das queimadas em todo o estado, especialmente nas áreas rurais e florestais, prejudicando ainda mais o equilíbrio ambiental e a qualidade do ar.
A seca prolongada, que começou ainda no final de 2023, teve um breve alívio com as chuvas acima da média em janeiro e fevereiro de 2024. No entanto, a partir de março, a situação se inverteu, com o norte do estado sofrendo com a redução abrupta das precipitações. Em abril, o estado já apresentava baixos índices pluviométricos, agravados pelo calor intenso.
Previsão de chuvas e cenário preocupante
Para os próximos dias, as chuvas devem continuar esparsas e concentradas no litoral, com grande parte do estado permanecendo com tempo seco e altas temperaturas. Em entrevista ao Estúdio 360, o meteorologista Hugo Ramos destacou que, mesmo com a frente fria que trouxe algumas chuvas nos últimos dias, o saldo continua negativo. “Essa água que caiu rapidamente se perde com a evapotranspiração, e o saldo segue deficitário”, explicou.
A previsão para os próximos 15 dias não é otimista. “Esperamos chuvas mais regulares apenas a partir de meados de outubro”, comentou Ramos. Enquanto isso, a seca continua a agravar os focos de incêndio e os baixos índices de umidade relativa do ar em praticamente todo o Espírito Santo.
Mudanças climáticas e impactos locais
A situação atual também reflete um padrão climático mais amplo, relacionado às mudanças globais. Ramos apontou que, ao analisar as normais climatológicas dos últimos anos, observa-se uma tendência de encurtamento do período chuvoso no Espírito Santo, que agora se concentra principalmente entre novembro e fevereiro. “Essa alteração no padrão chuvoso tem estendido o período seco e agravado as condições climáticas extremas no estado”, destacou.
Essa mudança já era observada antes, mas tem se tornado mais intensa com o passar dos anos. Eventos climáticos extremos, como enchentes no sul e seca no norte do estado, são cada vez mais frequentes. Ramos também lembrou que a temperatura média global nos últimos 15 meses tem ficado consistentemente acima da média, o que acelera os processos meteorológicos e aumenta a ocorrência de eventos extremos.
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