Velório de presidente do Brasil durou três meses. Saiba quem foi

Marechal Floriano Peixoto. Foto: Wikipedia

Você acha que o velório da rainha Elizabeth II, morta aos 96 anos no dia 8 de setembro, está demorando demais? O protocolo do que deve ocorrer após a morte da monarca tem várias instruções que devem ser seguidas e deve durar 10 dias. No Brasil, o ex-presidente Marechal Floriano Peixoto, morto no dia 29 de junho de 1895, foi enterrado três meses depois e o velório foi marcado por diversos fatos curiosos.

O mestre em história social pela UFRJ Luiz Antonio Simas usou o Twitter para trazer à tona curiosidades sobre o velório do ex-presidente. “Teve gente que se jogou no caixão, gente que morreu de infarto, teve quem viu o espírito de Floriano ser levado por Jesus Cristo”, escreveu nas redes sociais.

No enterro de Marechal Floriano Peixoto, o escritor Raul Pompéia – apoiador do ex-presidente – fez um discurso na beira da sepultura contra o presidente Prudente de Moraes. Luiz Murat escreveu contra Pompéia o artigo “Um louco no cemitério”, em que o acusava de loucura gerada por excesso de masturbação. Um detalhe: Murat assinou o artigo como se fosse o poeta Olavo Bilac.

Segundo o historiador, Pompéia ficou indignado e desafiou Bilac para um duelo – com revólver ou espada – no Alto da Tijuca, no Rio de Janeiro. Bilac, que não estava ainda sabendo de nada, recusou o convite para participar do tiroteio.

Floriano foi enterrado no jazigo 125-A do cemitério de São João Batista, perto de uma pirâmide em que está enterrado o Barão de Paquetá – que fez isso porque achava que em outra encarnação tinha sido o faraó Ramsés II -.

No túmulo de Floriano, há a escultura de um Barrete Frígio, símbolo dos jacobinos na Revolução Francesa, e a frase: “Ao salvador da República: à bala!” Floriano ameaçara receber os cônsules da Inglaterra e da Alemanha à tiros, por críticas a ele durante a Revolta da Armada de 1893.

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