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Poeira do vulcão de Tonga é que causa céu colorido no ES

Segundo a professora e pesquisadora da USP, Marcia Yamasoe, o espetáculo pode se repetir nos próximos dias; entenda

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Entardecer na Ilha de Santa Maria, em Vitória. Foto: Rodrigo Negreli

Entardecer na Ilha de Santa Maria, em Vitória. Foto: Rodrigo Negreli

O amanhecer e o entardecer no Espírito Santo vêm tirando o fôlego daqueles que apreciam uma bela paisagem. Mas não é só por aqui que os tons alaranjados, avermelhados e até mesmo púrpura têm chamado a atenção das pessoas. O fenômeno acontece também nos estados vizinhos, como em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. O motivo? A erupção de um vulcão submarino em Tonga, no oceano pacífico Sul, na costa Leste da Oceania.

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A explosão do vulcão Hunga-Tonga-Hunga-Ha’apai aconteceu no último dia 15 de janeiro, a cerca de 13 mil quilômetros, e causou um grande tsunami na região, impactando ilhas como Samoa Americana e Fiji. Segundo o Climatempo, dias após essa erupção a nuvem de fumaça expelida têm viajado pela atmosfera. Porém, diferentemente das tragédias registradas em outras regiões, no Brasil o reflexo foi um deslumbrante espetáculo de cores pelo céu.

No Espírito Santo, o show começou na terça-feira (25). O servidor Rodrigo Negreli que passava pela orla, perto da Ilha de Santa Maria, durante o entardecer não resistiu e garantiu o registro. “É um privilégio encerrar o dia com um pôr do sol como esse. Realmente impressionante”.

Mas o espetáculo não parou por aí. Ao longo de toda a semana, diversos registros foram compartilhados nas redes sociais criando verdadeiros cartões postais de pontos como a orla da Praia da Costa, em Vila Velha; baía de Vitória, na capital; Anchieta e Mestre Álvaro, na Serra.

 

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De acordo com o Climatempo, o cenário se repetiu também na capital carioca; em Formiga e Governador Valadares, em Minas Gerais; e litoral Norte de São Paulo. Em entrevista ao instituto de meteorologia, a professora e pesquisadora do instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), Marcia Yamasoe, afirma que a nuvem do vulcão chegou ao Brasil em uma altura aproximada de 26km.

“Na estratosfera, é muito fácil esse material ser transportado em longas distâncias pela circulação natural das correntes. Provavelmente essa pluma dará a volta pelo globo terrestre e em alguns dias, pode passar novamente pela América do Sul”, disse.

Quanto às cores, a professora explica que o vulcão emitiu na estratosfera gases de dióxido de enxofre. “Esse gás é altamente reativo e rapidamente se transforma em partículas de aerossóis ricas em sulfato, que interagem com a radiação solar causando a coloração azul, por exemplo. Mas quando o sol está muito baixo, pode atingir outras cores como o vermelho e o laranja”.

Por fim, a pesquisadora afirmou que a coloração deve permanecer ainda por mais algum tempo. “Como esse material está na estratosfera, ele vai demorar para se depositar. Se fosse em uma altura mais baixa, uma chuva lavaria a atmosfera”.


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