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Ministro pede afastamento após vídeo em que aparece no Planalto durante invasão

As imagens mostram o general e outros funcionários dentro do Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro, quando vândalos invadiram as sedes dos Três Poderes

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As imagens mostram o general e outros funcionários dentro do Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro. Foto: José Cruz/Agência Brasil

O Ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, pediu afastamento do cargo após a divulgação de imagens de câmeras de segurança do Palácio do Planalto que mostram o general orientando bolsonaristas durante os atos golpistas de 8 de janeiro. O vídeo foi revelado pela CNN e a pressão pela CPI tornou a permanência de Dias insustentável. O Ministro também apresentou um atestado médico e faltou de última hora à audiência marcada na Comissão de Segurança Pública da Câmara.

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O colegiado aprovou sua convocação para se explicar no dia 26, mas mesmo após apresentar o atestado, compareceu a uma reunião no Planalto com o presidente Lula (PT) e, então, ficou decidido pelo seu afastamento. Fontes do Planalto afirmam que, em princípio, Gonçalves será substituído pelo secretário-executivo, o general de Divisão Ricardo José Nigri. A definição de um nome permanente, porém, depende do desenrolar das investigações.

Desde 8 de janeiro, Lula era pressionado por outros ministros a demitir o general do comando do GSI. No entanto, o presidente alegava que Dias — que foi seu ajudante de ordens nos governos anteriores — é alguém de sua estrita confiança. O GSI afirma que as condutas de seus agentes públicos envolvidos estão sendo apuradas e que os respectivos autores serão responsabilizados.

Em entrevista à TV Globo, Gonçalves Dias negou ter dado ordem de prisão ou de impedimento da ação dos vândalos. Ele disse que chegou ao Palácio quando os bolsonaristas já haviam rompido o bloqueio militar e que estava retirando as pessoas do terceiro piso e do quarto piso para que houvesse a prisão no segundo piso.

“Cheguei ao Palácio quando os manifestantes tinham rompido o bloqueio militar na altura do Ministério da Justiça. Aquela turma desceu e praticamente invadiu o Palácio. A maior parte do pessoal que invadiu o Palácio subiu pela rampa. Como o Palácio nos seus 360 graus é composto por vidro, as pessoas não entraram pela porta, elas quebraram o vidro. Esse vidro tem 12 milímetros, é extremamente vulnerável. Eu entrei no Palácio depois que foi invadido e estava retirando as pessoas do terceiro piso e do quarto piso para que houvesse a prisão no segundo piso”, disse Gonçalves.

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República reafirmou em nota que todos os envolvidos em atos criminosos no dia 8 de janeiro, civis ou militares, estão sendo identificados pela Polícia Federal e apresentados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário. A orientação do governo permanece a mesma: não haverá impunidade para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro.

Confira na íntegra o que diz a nota da Secom: “O governo tem tomado todas as medidas que lhe cabem na investigação do episódio. E reafirma que todos os envolvidos em atos criminosos no dia 8 de janeiro, civis ou militares, estão sendo identificados pela Polícia Federal e apresentados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário. A orientação do governo permanece a mesma: não haverá impunidade para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro.”

As imagens de câmeras de segurança mostram o ministro caminhando sozinho no terceiro andar do Planalto, tentando abrir duas portas e depois entrando no gabinete. Minutos depois, ele aparece caminhando pelo mesmo corredor ao lado de bolsonaristas, sugerindo que ele e outros integrantes do GSI indicavam a saída de emergência ao grupo. Funcionários do gabinete aparecem em vários momentos circulando pelo Palácio do Planalto durante a invasão, conversando e cumprimentando bolsonaristas.

Confira o vídeo