Veterinário é preso e animais são encontrados congelados em clínica de VV

A clínica veterinária André Carolino foi interditada e o médico veterinário, proprietário do local, preso por maus tratos, no bairro Pontal das Garças, em Vila Velha. A operação da Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) solicitada pelo Ministério Público Estadual (MPES) aconteceu na manhã desta quinta-feira (9).

No estabelecimento foram encontrados ainda dois freezers com animais mortos, um cachorro dentro de um saco, material cirúrgico enferrujado e expostos no local usado como centro cirúrgico, medicamentos vencidos e armazenados em geladeira junto com comida. Inúmeras irregularidades foram encontradas na clínica veterinária.

Na clínica estavam internados cinco gatos e 11 cachorros. A ação resgatou os animais internados. Segundo o titular da Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), delegado Eduardo Passamani, foram encontradas condições insalubres de centro cirúrgico e acomodação, medicamentos vencidos, animais mortos, entre outras irregularidades.

“Uma Clinica de Horror” foi assim que a presidente da CPI dos Maus-Tratos Contra os Animais da Assembleia Legislativa, deputada Janete de Sá, descreveu o local. “Os tutores entregam seus animais aqui, pensando que eles vão ser tratados, mas na verdade eles acabam morrendo diante de tanta precariedade no local, prova disso é que encontramos 17 animais mortos em dois freezers”.

Os tutores dos animais foram acionados e muitos correram para o local para retirar seus bichos de estimação. Ao saber das irregularidades, eles ficavam estarrecidos como foi o caso de Renan Lyra, que tinha dois cães internados na clínica. “Eu agora vou levar meus animais para outra clínica. Eu conheço alguns funcionários, mas não imaginava os problemas. Tenho sorte em poder levar meus cachorros vivos”.

Mas nem todos os tutores tiveram a mesma sorte. O casal de microempresários Holga Maria Nunes Cupertino dos Santos e Marcelo Souza dos Santos deixaram uma buldogue de 1 ano e 5 meses na clínica ontem e nesta quinta-feira receberam o corpo do animal morto. Ela conta que a cadelinha, chamada Isadora, estava com um caroço no olho. Na clínica, um homem convenceu o casal de que ela precisava ser operada, pois corria risco de morte.

“Nós pagamos R$ 1 mil e ele nos garantiu que o procedimento seria rápido e que no outro dia podíamos buscar a Isadora. Esperamos que os culpados sejam responsabilizados para que ninguém mais passe pelo sofrimento que estamos passando”, desabafou Marcelo.

O delegado Eduardo Passamani disse que as investigações vão continuar e não descartou a possibilidade do veterinário preso ter cometido outros crimes e que exista o envolvimento de outras pessoas. “Em 2017 o veterinário foi investigado por crimes de maus-tratos mas não ficou preso porque a Lei na época não previa essa punição. A polícia vai trabalhar para que ele seja impedido de voltar a trabalhar uma vez que ele foi negligente e não tem zelo com os animais que são levados a sua clínica”, declarou o delegado.

O médico veterinário será autuado em flagrante por maus tratos e posteriormente será encaminhado ao Centro de Triagem. A pena de maus tratos é de dois a cinco anos. A deputada Janete de Sá disse que vai pedir a cassação do registro profissional do veterinário ao Conselho Regional de Medicina Veterinária.

A operação contou com a participação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Estadual de Maus Tratos, da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Espírito Santo (CRMV-ES), além da Secretaria de Meio Ambiente, Guarda Civil Municipal (GMVV), Secretaria de Defesa Social e Trânsito, Coordenação de Posturas, da Secretaria de Serviços Urbanos e Vigilância Sanitária, todos da Prefeitura de Vila Velha.

 

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