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Luxo, confusão e chuva: veja como foi o segundo dia dos desfiles do Carnaval de Vitória

As escolas do Grupo Especial do Carnaval de Vitória fechou o segundo dia dos desfiles com muito luxo e carroa grandiosos no Sambão do Povo, em Vitória

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A MUG é uma das favoritas para conquistar o título do Carnaval de Vitória. Fotos: Josué de Oliveira e PMV

O segundo dia do Carnaval de Vitória, realizado no Sambão do Povo, foi marcado pelo luxo das fantasias das escolas do Grupo Especial, mas também houve confusão envolvendo o prefeito Lorenzo Pazolini e muita chuva. Entretanto, o brilho da festa não foi ofuscado.

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As agremiações levaram para a avenida muito luxo e carros alegóricos grandiosos. Mesmo com a chuva que atingiu o sambódromo em diversos momentos durante a noite de sábado e a madrugada de domingo, as escolas realizaram um bonito espetáculo na avenida.

Veja abaixo como foram os desfiles do Carnaval de Vitória

Unidos de Jucutuquara

Jucutuquara trouxe três carros e dois tripés para desfile no Sambão.

A Unidos de Jucutuquara foi a primeira escola a abrir o desfile do Grupo Especial, marcando presença com uma tradição que remonta a 1972 e um jejum de 15 anos sem título. Com 1.600 componentes, 25 alas, três carros alegóricos e outros elementos estruturais, a escola apresentou o enredo “Pulsar da Vida”, evidenciando seu desejo de reviver e conquistar o título.

A agremiação utilizou suas cores tradicionais – verde, vermelho e branco – para contar a história da humanidade e das emoções que a movem, conectando passado e presente. A narrativa envolveu temas que exaltam os sentimentos intensos e a devoção, simbolizados pelo coração, elemento central da apresentação.

Na avenida, a “máquina da vida” foi representada por uma comissão de frente que, com 15 integrantes, e uma bateria com 155 ritmistas, traduziu em movimento e música o pulsar e a energia vital, marcando um espetáculo que cativou o público do Sambão do Povo.

Chegou o que faltava

Chegou o que Faltava

A escola Chegou O Que Faltava entrou na avenida com um desfile repleto de significados, buscando o título do Grupo Especial com o enredo “Da lama sai muito barulho”. A apresentação celebrou o manguezal, as tradições locais e a rica cultura do bairro de Goiabeiras, que completa 50 anos, destacando a força das raízes comunitárias.

Vestida de rosa, branco e azul, a escola uniu arte, história e natureza em seu espetáculo, abrindo o desfile com uma homenagem a Nanã, orixá associado à lama e ao barro, elementos que simbolizam a origem e a vitalidade da vida. A chuva, embora presente, não impediu o entusiasmo do público nem o brilho da apresentação.

Na sequência, o segmento “Barro” enfatizou a simbologia da mitologia Iorubá, onde Nanã fornece o barro que originou a humanidade. Com três carros alegóricos, um tripé, 19 alas e 1.500 componentes, a escola destacou a importância do ecossistema do mangue e resgatou a tradição das paneleiras, reforçando a resistência cultural e a herança do patrimônio imaterial do Brasil.

Piedade

Unidos da Piedade

A Unidos da Piedade foi a terceira escola a desfilar, apresentando o enredo “Ibeji” com a intenção de celebrar a vida das crianças e reforçar o renascimento da comunidade. Em seu 70º aniversário, a escola enfatizou a presença marcante de mulheres e crianças em sua trajetória.

O enredo ressaltou a importância da fé e das tradições afro-brasileiras, homenageando figuras como Cosme e Damião, e exaltando a simbologia de Ibeji, orixá da vida. Essa celebração buscou evidenciar a força e a esperança presentes na comunidade, utilizando cores vibrantes e alegorias marcantes.

Mesmo enfrentando a chuva, a Unidos da Piedade transformou o clima em um elemento que intensificou a energia do desfile, criando um espetáculo visual e emocional que envolveu o público e reafirmou a identidade cultural da agremiação.

MUG (Mocidade Unida da Glória)

A MUG é uma das favoritas para conquistar o título do Carnaval de Vitória. Fotos: Josué de Oliveira e PMV

A Mocidade Unida da Glória, a MUG, foi a quarta escola a desfilar, apresentando o enredo “O Guerreiro da Capa Encarnada – Jorge do Povo Brasileiro”. Com o objetivo de conquistar o tricampeonato, a agremiação homenageou São Jorge, padroeiro e símbolo de fé e proteção para o povo.

O desfile destacou a devoção e a pluralidade de crenças, contando com bailados sincronizados e uma comissão de frente composta por guerreiros celestiais trajados em vermelho, azul e branco. Essa coreografia simbolizou a fusão de elementos religiosos, representando tanto o universo das igrejas quanto dos terreiros.

A apresentação foi complementada por três carros alegóricos: o primeiro simbolizou um altar a São Jorge com elementos cristãos; o segundo, a celebração da influência do santo na cultura afro-brasileira; e o terceiro retratou um cortejo grandioso, reforçando a forte conexão emocional e espiritual do público com o enredo.

Novo Império

Novo Império

A escola Novo Império apresentou um enredo que resgatou a memória capixaba e a história de Vitória, trazendo referências à icônica Curva do Saldanha e à efervescência cultural das décadas de 1930 a 1950. Com cores em azul, rosa e branco, o desfile buscou reviver o passado para compreender as profundas transformações da cidade.

A narrativa explorou a dualidade social, contrastando o glamour da alta sociedade com a realidade marginal da Volta de Caratoíra, onde a vida noturna e as margens se entrelaçavam. Esse contraste foi retratado com riqueza de detalhes, destacando a complexidade e a diversidade da história capixaba.

No segmento final, denominado “Encanto”, a agremiação celebrou a Belle Époque capixaba com influências da arte nova e do estilo francês, encantando o público com alegorias e fantasias sofisticadas. A energia contagiante do desfile reafirmou a força e o desejo de vencer da comunidade, culminando em uma apresentação vibrante e memorável.

Boa Vista

Boa Vista

A Independente de Boa Vista foi a penúltima escola a desfilar no Sambão do Povo, trazendo o enredo “Os Olhos do Mundo – Assombros de Sebastião Salgado” em homenagem ao renomado fotógrafo brasileiro. A proposta do tema destacou a capacidade de enxergar o mundo sob uma perspectiva única e transformadora.

A preparação envolveu todos os setores da escola, que trabalharam intensamente para criar um espetáculo que refletisse a paixão e o talento da comunidade. Com 1.500 componentes, a agremiação demonstrou dedicação e coesão em cada detalhe do desfile.

Depoimentos de integrantes, como os membros da bateria, ressaltaram a evolução e o orgulho de fazer parte de uma história construída com esforço e criatividade. O resultado foi uma apresentação que evidenciou o brilho, a garra e a identidade cultural da Boa Vista, deixando uma marca inesquecível na avenida.

Imperatriz do Forte

Carnaval 2025: Imperatriz do Forte

Campeã do grupo de acesso em 2024, retornou ao grupo especial com o enredo “Só quem sabe onde é Luanda, saberá lhe dar valor”, ressaltando as raízes africanas e a cultura de Luanda.

No desfile, foram celebrados os saberes africanos que atravessaram o Atlântico, preservados em senzalas e quilombos, destacando a resistência e a herança dos conhecimentos ancestrais.

Com três carros alegóricos, 20 alas e 1.200 participantes, o espetáculo encerrou com a força do Kalunga, unindo afrofuturismo e tradição e homenageando as novas gerações que reinventam a história e os sonhos de liberdade.