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Dia a dia

Hoje é dia de torta capixaba! Conheça 5 curiosidades sobre o prato

Seja a original com combinação de vários frutos do mar ou só com bacalhau e palmito, a torta está presente na época da Páscoa na casa dos capixabas

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Torta capixaba. Foto: Divulgação

Quem mora no Espírito Santo sabe, é só chegar próximo à Semana Santa que só se fala nela, na Torta Capixaba, um dos pratos mais tradicionais da culinária do estado. Seja na forma original com combinação de vários frutos do mar ou só com bacalhau e palmito, a torta está presente na época da Páscoa na casa dos capixabas, independente da religião.

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Além do mix de ingredientes, o prato é produto de uma mistura especial de culturas, tanto dos colonizadores europeus quanto de índios e africanos e hoje é consumida em todo o Espírito Santo. Mas você sabia que a torta completa, com vários mariscos como siri desfiado, camarão, ostra e sururu, além de bacalhau e palmito é original da capital Vitória?

“Todo prato é uma invenção de um grupo, uma construção coletiva. Podemos afirmar que a torta une elementos da cozinha indígena, sobretudo com ingredientes nativos da América como palmito e frutos do mar, com portugueses. E ela também se origina no entorno da ilha de Vitória, que é também onde morava a população mais antiga do território do Espírito Santo”, detalha Patrícia Merlo, professora do departamento de História da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

A historiadora conta que não há uma data de “nascimento” da torta, e destaca sua mistura de ingredientes e culturas e lembra também do uso das panelas de barro na confecção do prato, que inclusive são descritas por exploradores desde o início do século XIX, já na região de Goiabeiras. O palmito, ingrediente indispensável da torta, chegou a ser citado na carta de Pero Vaz de Caminha na chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, quando descreveu o consumo do alimento entre os índios.

“A cor que vem do urucum pontua uma marca indígena muito forte na cozinha e, além disso, o prato também tem ingredientes portugueses, como alho, cebola, tempero verde, ovos e azeite. “Essa composição lembra que fritada de mariscos que é um prato muito comum em Portugal, que vai encontrar no Brasil outras composições”, conta.

Confira 5 curiosidades sobre a torta capixaba:

1 – União de culturas

Não há uma data de nascimento para a torta capixaba, mas é possível afirmar que o prato surgiu a partir de união das culturas indígena e portuguesa. A historiadora Patrícia Merlo conta que a torta une elementos da cozinha indígena, sobretudo o palmito e urucum, com outros ingredientes que lembram uma fritada de mariscos, como alho, cebola, tempero verde, ovos e azeite. Ela lembra que Vitória era uma vila pobre e os mariscos se tiravam da pedra e usava-se peixe fresco como uma alternativa de não consumo de carne na quaresma. O bacalhau só foi aparecer lá na frente.

2 – Torta de mariscos só em Vitória

A torta capixaba com mariscos variados é relacionada historicamente a um prato da ilha de Vitória. Até no início dos anos 2000 dessa forma só se encontrava em Vitória. Nas cidades vizinhas predominava a torta de palmito com bacalhau e, às vezes, batata.

3 – Uso do bacalhau

Na receita tradicional da torta originária de Vitória, além dos mariscos variados, se usava peixe fresco desfiado. O bacalhau era muito caro e começou a ser usado na receita depois dos anos 1950.

4 – Feita para compartilhar

Outra característica da torta capixaba é que ela é um prato que não é feito para uma pessoa e sim para a família e para troca. A tradição é fazer torta para trocar com o vizinho e com familiares, criando laços afetivos entre as famílias.

5 – Tradição diferente no interior

Diferente da tradição em Vitória e na região metropolitana, no interior do estado, a Semana Santa é associada ao consumo de pratos à base de bacalhau e batatas, não necessariamente em uma torta, mas também como bacalhoada. Em algumas regiões, também é comum o consumo de canjica na época da Páscoa.


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