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Empresa responsável pelo submarino ignorou avisos de segurança

Emails enviados pelo vice-CEO da OceanGate em 2018 já mostravam preocupação em relação à segurança

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OceanGate era responsável pelo submarino que implodiu. Foto: Reprodução/OceanGate Expeditions

O CEO da OceanGate, Stockton Rush, ignorou repetidamente alertas sobre a segurança do submersível Titan, apesar dos avisos feitos por seu vice, Rob McCallum. A informação é da rede estatal britânica BBC.

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A OceanGate era responsável pelo submarino que implodiu durante uma expedição aos destroços do Titanic, resultando na morte de Rush, que também comandava a embarcação.

Nas mensagens exclusivas obtidas pela BBC, Rob McCallum comunicou a Rush que ele estava potencialmente colocando os clientes em risco e pediu que interrompesse as expedições com o Titan. Rush respondeu afirmando estar “cansado de membros da empresa tentar usar argumentos de segurança para impedir inovações”.

Em março de 2018, McCallum alertou que Rush estava colocando todos os clientes em risco e repetindo o erro do Titanic, acreditando que o submarino nunca afundaria. Ele enfatizou que um submarino não deve ser usado para operações comerciais de mergulho profundo sem ser classificado, testado e comprovado, destacando que o Titan nunca foi certificado ou classificado.

“Até que um submarino seja classificado, testado e comprovado, ele não deve ser usado para operações comerciais de mergulho profundo”, escreveu McCollum em um e-mail. O Titan nunca foi certificado ou classificado.

Corpos das vítimas

Na quinta-feira (22), após descobertos os destroços, a Guarda Costeira anunciou que os robôs utilizados na operação permanecerão no fundo do mar para coletar mais evidências e investigar o ocorrido. No entanto, devido à natureza do acidente e às condições adversas nas profundezas oceânicas, ainda não se sabe se os corpos serão resgatados.

Os destroços do submarino estão localizados a aproximadamente 500 metros do Titanic e em uma área ainda mais profunda, a cerca de 4.000 metros de profundidade. Por conta da pressão da água e da dificuldade de visibilidade, acredita-se que não será possível encontrar os corpos das vítimas.

As vítimas são Stockton Rush, diretor-executivo e cofundador da OceanGate, Hamish Harding, bilionário britânico dono da empresa de aviação Action Aviation, Shahzada Dawood, empresário paquistanês e vice-presidente da Engro Corporation, Sulaiman Dawood, filho de Shahzada Dawood, e Paul-Henry Nargeolet, um dos principais especialistas no naufrágio do Titanic.

Investigação

O próximo passo é a investigação sobre o que ocorreu de fato com o submersível. Entretanto as autoridades ainda precisam reunir os destroços para que saibam o que de fato gerou o acidente. De acordo com Ryan Ramsey, ex-capitão de submarinos da Marinha Real Britânica, a partir disso será possível construir um quadro da sequência da tragédia.

“Não será muito diferente da queda de um avião. Não há caixa preta, então não será possível recuperar os últimos movimentos da embarcação. Mas quanto mais peças da embarcação puderem ser levadas de volta à superfície, melhor”, disse.