Dia a dia
Daniel Silveira chama Do Val de “palhaço” e nega trama golpista
Preso, ex-deputado rebate, por meio de carta, o depoimento do senador sobre suposta reunião golpista com Bolsonaro. Defesa de Silveira processará Do Val

Senador Do Val acusa Silveira de orquestrar suposta trama golpista contra ministro Alexandre de Moraes. Fotos: Jefferson Rudy/Agência Senado e Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
O ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), atualmente detido, escreveu uma carta revelando sua versão sobre o suposto encontro golpista entre ele, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em dezembro de 2022, no Palácio do Alvorada, que agora está sendo investigado pela Polícia Federal.
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> Bolsonaro e Do Val dão versões diferentes à PF sobre tema de reunião
Na carta, Silveira chama Do Val de “palhaço” devido ao depoimento do senador à PF, que afirma ter sido procurado “insistentemente” por Silveira para organizar o encontro com Bolsonaro. Do Val alegou que o ex-deputado o abordou para discutir a possibilidade de gravar o ministro Alexandre de Moraes, com o objetivo de invalidar as eleições, mas Bolsonaro negou a existência de tal plano.
Silveira questiona por que , “de todas as pessoas,”, pediriam a Do Val para “participar de um plano tão absurdo”. Ele define a história contada pelo senador como “ridícula e sem sentido”. Silveira afirma que, durante o encontro, o senador apenas elogiou Bolsonaro e que o nome de Alexandre de Moraes sequer foi mencionado.
A carta foi entregue à esposa de Silveira e divulgada pelo advogado do ex-deputado, Paulo Faria, que classificou o depoimento de Do Val como “falso e leviano”, garantindo que o senador responderá civil e criminalmente por suas declarações.
Bolsonaro também prestou depoimento à PF e afirmou que foi Silveira quem solicitou o encontro com Do Val e que não houve qualquer menção a planos para gravar Moraes ou atos antidemocráticos na reunião.
Do Val, em seu segundo depoimento à PF, contradisse a versão de Bolsonaro, reafirmando que a proposta de golpe foi discutida na reunião e que Silveira tentava convencer tanto ele quanto Bolsonaro a aderirem à trama.
A investigação continua, com diferentes versões sendo apresentadas pelas partes envolvidas, enquanto a polícia busca esclarecer os acontecimentos relacionados ao encontro no Palácio do Alvorada.
Leia na íntegra a carta de Daniel Silveira
“A verdade.
– Após audiência pública no Senado sobre “ativismo judicial”, retornei ao meu estado.
– No dia seguinte, por volta das 19h, Marcos do Val me ligou solicitando um encontro com o Presidente. Estranhei o pedido pois nunca havia tido contato com ele, salvo ao acaso no parlamento. Ele afirmou que tinha uma informação importante para passar ao Presidente, contudo não passou o teor, oras, disse se tratar do Alexandre de Moraes, mas, não revelou nada a mim.
– Na semana seguinte o levei ao Presidente, claro, após avisá-lo que Marcos do Val insistir muito. O Presidente o recebeu como qualquer outro parlamentar. A conversa durou pouco tempo, entre 10 min ou pouco mais e peça que não me cobre que seja um cronômetro para marcar tempo de uma porcaria de reunião que se tornou um circo por conta de um palhaço.
– Palhaço este que inventou uma história que torna-se cada vez mais ridícula pelo óbvio. Nem o Presidente, nem eu jamais havíamos visto o membro da Swat, CIA, FBI, Mossad e Tutti quanti, portanto, porque pediríamos a ele, logo a ele, uma idiotice desta? Só um idiota roxo acreditaria nesta baboseira! Ademais porque Alexandre de Moraes confessaria a ele, logo a ele, algo substancial que o incriminasse? Tem que ser um completo idiota para acreditar nesta história, e, fosse verdade, sequer existe crime.
– Durante a famigerada reunião, Marcos do Val apenas elogiou o Presidente e disse que lutaria no Senado pelas pautas conservadores. O nome do membro do STF sequer foi citado, salvo na ligação de que era sobre Alexandre de Moraes a informação.
Fim da história, arquive-se!
Ps: Quem dá ideia para maluco…
Daniel Silveira, preso político.
