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Dia a dia

Convento da Penha já foi uma ermida. Sabe o que é isso?

Uma ermida – pequena capela – serviu como embrião para o atual Convento da Penha, sendo ampliada e reformada até adquirir a forma que conhecemos hoje

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Na primeira foto está a ermida construída por Frei Pedro Palácios para Nossa Senhora da Penha. Na foto ao lado, está a construção do Convento da Penha, em Vila Velha

Ermida construída para Nossa Senhora da Penha e que depois se tornou o Convento da Penha como conhecemos hoje. Foto: Reprodução

O Convento da Penha é um monumento arquitetônico singular em sua singeleza e sobriedade, apresentando ao longo de sua história várias reconstruções ao longo de 300 anos. Uma ermida – pequena capela – serviu como embrião para o atual convento, sendo ampliada e reformada até adquirir a forma que conhecemos hoje.

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Frei Pedro Palácios, um irmão franciscano leigo nascido em Medina do Rio Seco, Espanha, chegou a Vila Velha em 1558 e iniciou a construção de uma ermida – bastante comum em Portugal – dedicada a Nossa Senhora, no topo do morro da Penha. Ele trouxe consigo um painel de Nossa Senhora das Alegrias, vindo de Portugal, que ainda hoje está presente no convento.

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O historiador e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha (IHGVV), Luiz Paulo Rangel, destaca que Frei Pedro Palácios veio com a missão de construir essa ermida no alto do morro em homenagem a Nossa Senhora. Era uma prática comum na época colocar Nossa Senhora no ponto mais alto para a proteção de todos.

Como era o morro do Convento da Penha antes da construção da ermida por Frei Pedro Palácios

Como era o morro do Convento da Penha antes da construção da ermida por Frei Pedro Palácios. Foto: Reprodução

Segundo relatos, em 1585, o jesuíta Fernão Cardim, que esteve no Espírito Santo com outros padres inacianos, descreveu a igreja da seguinte forma: “a capela é de abóbada pequena, mas obra graciosa e bem acabada. Aqui fomos em romaria dia de Santo André e todos dissemos missa com muita consolação”.

“A ermida é, normalmente, a parte onde o padre celebra a missa. É composta apenas pela abóbada e seu suporte, nada mais. Essa foi a primeira construção. Atrás da ermida, havia duas palmeiras. Posteriormente, novas construções foram realizadas e a igreja foi ampliada. Até o corredor dos quadros, não havia nada, era tudo muro. Nessa época, as procissões já começaram a ser realizadas no local”, relata o historiador.

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Dez anos depois foram construídos a capela do corpo da igreja e mais um altar lateral que impediram a passagem ao redor do santuário, inclusive de pequenas procissões que ali se faziam.

A igreja permaneceu por muitos anos até se tornar o Convento da Penha. O convento representa a ideia de habitação de uma comunidade religiosa, onde ocorre a formação dos freis e padres. Mais de 300 anos separam o início da construção até sua transformação no monumento que é hoje um cartão-postal do estado e sede de uma das maiores festas religiosas do país.

O convento propriamente dito teve sua pedra fundamental lançada em 1651, sendo o guardião Francisco da Madre de Deus o iniciador de suas obras. A planta original previa a construção de nove celas para os religiosos e duas para hóspedes, além de corredores e oficinas (cozinha, despensa etc.), estando condicionada à configuração do rochedo onde o convento se situa.

Convento da Penha, em Vila Velha

Convento da Penha, em Vila Velha. Foto: Reprodução

Para a realização das obras, foram essenciais a doação e a ajuda que os franciscanos receberam, notadamente da parte do governador do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá e Benevides (30 novilhos), doação mantida pelos descendentes do governador até 1848 e que gerava renda para o convento. A partir de 1750, novas obras se acrescentaram às já existentes, que aumentaram a capacidade conventual para o recolhimento de um número maior de frades. Mais reformas ocorreram em 1770 e entre 1774 e 1777, incluindo um novo calçamento da ladeira com o levantamento dos seus muros, na forma em que ainda hoje estão.

No século XIX, obras importantes tiveram lugar durante a guardiania de frei João Nepomuceno Valadares, nos períodos de 1853/1857 e 1859/1862, dentre as quais a reforma do telhado e a da capela, além da reconstrução das senzalas dos escravos. O atual alpendre, que dá acesso ao corpo da igreja, de cujo estilo destoa, data de 1879.

Antes do convento e do santuário da Penha passar, por determinação da Santa Sé, em 1898, para a Mitra Diocesana do recém-criado Bispado do Espírito Santo, outras melhorias se realizaram de 1888 a 1890 e de 1895 a 1896.

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Na administração da Mitra, continuaram a ser feitas reformas, como a instalação de água e de luz elétrica.

Em 1951, no governo Jones dos Santos Neves, deu-se a pavimentação do campinho e da estrada de rodagem que lhe dá acesso.

Hoje o convento, que retornou à guarda dos franciscanos desde 1955, conta com instalações elétricas externas, que o iluminam à noite, e com instalações sanitárias modernas, além do serviço de telefone e de alto falante. O convento de Nossa Senhora da Penha é bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Convento da Penha. Foto: SECOM/Reprodução


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