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Coluna Vitor Vogas

ES fechará 2024 com o menor número de assassinatos da série histórica

A dois meses do fim do ano, os números parciais da Sesp já nos permitem cravar: Estado vai estabelecer novo recorde positivo nesse indicador

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Eugênio Ricas deixa a Secretaria Estadual de Segurança Pública

Governador Renato Casagrande entre o secretário estadual de Segurança, Leonardo Damasceno e seu antecessor no cargo, Eugênio Ricas. Foto: Divulgação/Secom

A conclusão, de forma tão antecipada, pode soar precipitada, ousada demais, mas é uma simples projeção matemática: o Espírito Santo seguramente encerrará o ano de 2024 com o menor número de assassinatos da série histórica iniciada em 1996, superando a marca registrada no ano passado e estabelecendo, assim, um novo recorde positivo nesse indicador. Não há mais como ser de outra maneira. A dois meses do fim do ano, os números parciais da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) já nos permitem cravar isso.

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O número de homicídios dolosos (quando há a intenção de matar) mais baixo da série até hoje foi alcançado no ano passado: 976.

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Em outubro deste ano, o Espírito Santo fechou o mês com um acumulado de 708 homicídios no ano. Essa foi a quantidade registrada nos dez primeiros meses de 2024. Bem, o ano só tem mais dois meses. Na pior hipótese, para ser igualada a marca de 2023 (976), seria necessário que fossem cometidos mais 268 assassinatos no último bimestre do ano (ou 134 por mês).

As chances de isso se confirmar equivalem à de uma nova greve da PMES no Estado ou à de instauração de uma guerra civil. Nem uma coisa nem outra ocorrerá. E a taxa de homicídios, mês a mês, ao longo dos últimos anos, também passa longe disso.

Desde janeiro de 2019, quando o governador Renato Casagrande (PSB) assumiu o seu segundo governo, já se passaram 70 meses. Somente em um deles o número de assassinatos ficou acima de 134. Em março de 2020, foram registrados 140. Foi esse, aliás, o principal motivo que levou Casagrande, naquela oportunidade, a substituir o então secretário estadual de Segurança, Roberto Sá, pelo Coronel Alexandre Ramalho.

Mas esse foi um ponto totalmente fora da curva. O segundo mês mais violento desde janeiro de 2019 foi justamente o anterior, fevereiro de 2020, com 109. Desde então, o pior foi agosto de 2021, com 108. De 2021 para cá, nenhum mês teve mais de 100 homicídios dolosos.

Se analisarmos especificamente o último bimestre de cada ano, o novembro mais violento foi o de 2019 e o de 2020, com 97 assassinatos. O pior mês de dezembro foi o de 2022, com 100.

Portanto, a tendência dos últimos anos passa muito, muito longe, da possibilidade de ocorrência de 134 assassinatos, em média, em novembro e dezembro de 2024.

Até o dia 31 de outubro deste ano, tem sido praticada uma média de 2,32 homicídios dolosos por dia no Espírito Santo. Para que o Estado feche o ano empatando com 2023, é necessária uma média de 4,39 mortes violentas do tipo por dia (268 em 61 dias, de 01 de novembro a 31 de dezembro).

Isso simplesmente não vai ocorrer. O mês com maior número de homicídios neste ano foi abril, com 90: média de 3,0 por dia.

Em conclusão, mesmo que o ritmo de assassinatos no Espírito Santo aumentasse sensivelmente neste último bimestre, o Estado ainda assim encerraria o ano com menos de 976 assassinatos na conta. A “gordura” é muito grande.

É evidente que nada disso deve ser motivo para as autoridades baixarem a guarda e se acomodarem. Devem, sim, seguir empenhadas na busca dos menores índices possíveis e, já que o recorde certamente será batido, aproveitar a oportunidade para pulverizá-lo de vez.

Fechar o ano com menos de 900 homicídios dolosos é outra meta bem plausível, a julgar pelo ritmo mantido até agora. Para isso, não podem ser cometidos mais de 191 assassinatos no último bimestre. Dá pra chegar lá.


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