Coluna Inovação
Cavalos e fogos vão ficando pelo caminho com a inovação
Com a entrada em massa dos automóveis no início do século 20, os cavalos perderam sua função urbana de puxar carroças e carruagens e foram dedicar seu trabalho para as áreas rurais. Mas parece que os coitados vão perder essas funções também, dessa vez substituídos pelas motos que proliferam pelo interior, inclusive para tocar a boiada.
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O veículo que cada dia aumenta o número de adeptos, é considerado mais potente e versátil para passar por trilhas, córregos e matagais, além de executar tarefas domésticas, como levar os filhos à escola. Ainda sobra um tempinho para ganhar um extra com o serviço mototáxi, dizem alguns. Peão boiadeiro não usa mais chapéu, usa capacete.
Mas as novidades não ficam por aí. Tem fazenda onde se toca boiada com drone, esse novo personagem de múltiplo uso na agricultura e pecuária.
O agro é pop e é cada vez mais tech. Todas as novidades da inteligência artificial ou da internet das coisas ou a internet banda larga da rede starlink do Elon Musk estão sendo adotadas pelo agronegócio, ainda mais neste setor que puxa a economia do país e onde o dinheiro gira com força.
Enquanto essas novidades vão se espalhando, uma delas é aparentemente a mais onipresente não só na agricultura, mas também na amplitude de tipos de utilização: os drones.
Além de tocar boiadas, esses pequenos objetos voadores exercem outras inúmeras funções no campo. Os drones já são usados para pulverização de culturas, fertilização e captação de amostras do solo e até colheitas de frutas como vídeos na internet mostraram recentemente. Além da eficiência econômica, reduzem os riscos de contaminação do solo, da água, dos animais e dos vegetais e contribuem com a sustentabilidade monitorando o desmatamento, localizando áreas degradadas e identificando focos de incêndio.
Porém, os drones têm outras atividades nobres: localizar e apagar incêndios em edifícios, levar boias para salvamentos no mar, fiscalizar infrações em estradas, localizar pessoas perdidas com câmeras termográficas, apoiar o trabalho em desastres naturais, inspecionar redes de transmissão, telecomunicações e oleodutos, entregar material de apoio em acidentes com difícil deslocamento, transportar vacinas e remédios para lugares isolados e monitorar shows e grandes eventos.
Segundo a Anac (Agência Nacional da Aviação Civil), o número de drones cadastrados ultrapassa 100 mil aeronaves. Estima-se que há três vezes mais drones não cadastrados voando no espaço aéreo brasileiro. O Brasil é, hoje, o principal mercado de drones da América do Sul e o segundo mais relevante das Américas, ficando atrás apenas dos EUA.
Outras aplicações aparecem todos os dias: entrega domiciliar de pizza e outros produtos, embora tenham que resolver como bater nas janelas dos apartamentos e tenham que disputar espaço no futuro com robôs de entrega e caminhonetes autônomas. Também fazem o gerenciamento de produtos em grandes armazéns logísticos, lendo códigos de barras ou etiquetas RFID em qualquer altura. E atividades já espalhadas pelo mundo: fotografias e filmes de eventos e de ângulos inéditos de monumentos e atrações turísticas e, para sossego dos animais domésticos, espetaculares shows visuais substitutos dos fogos de artifício, artefatos perigosos que devem ficar tão obsoletos quanto os cavalos dos peões – pelo menos em grandes comemorações não criminosas.
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