Bem-estar
Endometriose: hábitos saudáveis podem ajudar no controle da dor
Doença afeta mais de 10 milhões de brasileiras. Alimentação, exercício e apoio psicológico aumentam chance de gravidez

Endometriose pode ser doença genética, hormonal, imunológica ou menstrual. Foto: Reprodução/Agência Brasil
O mês de maio é marcado pelo Dia Internacional da Luta Contra a Endometriose. Estima-se que 10,4 milhões de mulheres convivam com a doença no Brasil. O grupo mais afetado é composto por jovens em idade fértil.
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A endometriose é uma condição crônica. Suas causas são diversas: genéticas, hormonais, imunológicas e menstruais. O problema ocorre quando o tecido do endométrio cresce fora do útero, provocando inflamações e sintomas como cólicas intensas, fadiga, dor na relação sexual e dificuldade para engravidar.
No entanto, há caminhos para o alívio dos sintomas. Mudanças simples na rotina, como alimentação saudável, atividades físicas leves e apoio psicológico, fazem diferença.
“Uma rotina com alimentação equilibrada e exercícios regulares ajuda a reduzir a inflamação e regular as manifestações, melhorando a qualidade de vida da paciente. Além disso, aumenta as chances de concepção, já que a endometriose é uma das principais causas de infertilidade feminina”, explica Francis Helber, cirurgião ginecológico.
Controlar a inflamação é essencial para quem deseja engravidar. Isso porque a doença pode alterar a qualidade dos óvulos e prejudicar o funcionamento das trompas.
“Ao adotar hábitos que reduzem essa inflamação a mulher melhora o ambiente reprodutivo e pode aumentar suas chances de engravidar, especialmente em casos de endometriose em estágio leve ou moderado”, explica o médico.
Além da infertilidade
Segundo Helber, o impacto da doença ultrapassa a infertilidade. “Ela pode afetar a bexiga, os intestinos, os ureteres e até o diafragma, trazendo sintomas que interferem no bem-estar e na saúde emocional. Por isso, o tratamento precisa ser individualizado e contar com diferentes profissionais”.
Entre as atividades recomendadas estão caminhadas, natação, pilates, yoga e exercícios aeróbicos leves. Já na alimentação, o ideal é consumir frutas, legumes, verduras, cereais integrais, peixes com ômega-3 e carnes magras. Esses alimentos têm efeito anti-inflamatório natural.
O tratamento da endometriose é sempre multidisciplinar. O acompanhamento psicológico e a prática de exercícios ajudam a aumentar a endorfina, melhorando o controle da dor e a autoestima. Fisioterapia e psicoterapia completam o cuidado.
Nos casos mais graves, quando há dor intensa e falha no tratamento clínico, pode ser necessária cirurgia. “A videolaparoscopia, técnica minimamente invasiva, permite a retirada precisa dos focos da doença com pequenas incisões no abdômen”, explica.
