Bem-estar
Açaí e caldo de cana podem transmitir Doença de Chagas
Alimentos contaminados são responsáveis por 70% dos casos. A higienização adequada é essencial para prevenir a doença

Alimentos podem conter o inseto barbeiro ou suas fezes, levando à contaminação da doença. Foto: Cecília Bastos/USP Imagens
A Vigilância Epidemiológica da Bahia emitiu um alerta após a confirmação de cinco casos e uma morte por transmissão oral da doença de Chagas no primeiro semestre. Embora a doença seja tradicionalmente transmitida pela picada do inseto barbeiro, nos últimos anos, sua transmissibilidade mudou. Agora, a transmissão por alimentos contaminados, como açaí e caldo de cana, é responsável pela maioria dos casos (cerca de 70%).
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O açaí industrializado não representa riscos, pois passa por um processo de aquecimento, resfriamento e lavagem que inativa o parasita. No entanto, o consumo de açaí caseiro, preparado por pequenos produtores e vendido em pequenos estabelecimentos comerciais, pode ser perigoso. Da mesma forma, a garapa artesanal, feita a partir da moagem de cana-de-açúcar, pode conter o inseto ou suas fezes, levando à contaminação.
Para evitar a transmissão oral da doença, é essencial higienizar adequadamente os alimentos e evitar consumir alimentos sem procedência ou preparados em locais duvidosos. É importante verificar se os estabelecimentos possuem aprovação da Vigilância Sanitária para manipular e vender alimentos, garantindo a exposição do certificado para os consumidores. Vendedores ambulantes também devem possuir essa aprovação.
Em locais com surto da doença, como na Bahia, ações da Vigilância Sanitária e de outros órgãos fiscalizadores são implementadas para controlar a proliferação. A prevenção da transmissão oral ocorre por meio de intensificação da vigilância e inspeção de alimentos suscetíveis à contaminação em todas as etapas de produção.
A doença de Chagas possui duas fases: aguda e crônica. O diagnóstico é feito por exame de sangue. Na fase aguda, que é silenciosa, a pessoa pode não apresentar sintomas por anos. Já na fase crônica, podem ocorrer complicações cardíacas, como arritmias e aumento do coração, além de outros sintomas como: febre prolongada, desmaios, fraqueza, dor no peito, falta de ar, tosse, inchaço nas pernas ou rosto, dores abdominais, dores de cabeça, crescimento do baço e fígado, manchas vermelhas na pele e inflamação das meninges.
