Os vinhos da quarentena (04). Linhas confiáveis
Quarta coluna da série mostra como os vinhos produzidos pela VDA (Viña de Aguirre) têm qualidade bem superior ao preço por eles cobrados

Não são poucos os exemplos de linhas de vinhos cuja qualidade é superior ao preço, desde os rótulos básicos até os topos de gama, como são definidos pelos portugueses os vinhos “maiores” produzidos pela vinícola. A citação de Portugal nos remete ao exemplo da Esporão: desde o Pé Tinto (em torno de R$ 35) até o Private Selection (de R$ 350 a R$ 650, conforme safra e local de venda), tudo é muito bom dentro de sua faixa de preço. Não é privilégio de Portugal. A Santa Ema, gloriosa casa chilena, tem uma linha extensa e de enorme qualidade. Mas como estamos abordando vinhos conhecidos e provados pela primeira vez durante a pandemia, falemos da linha Annie. Trata-se de um dos muitos rótulos produzidos pela VDA. Este é o nome adotado há pouco tempo pela Viña de Aguirre, produtora cuja história se perde no tempo do Valle Central, no Chile. A linha básica custa em torno de R$ 55 e a linha Gran Reserva, sinceramente, não lembro quanto me custou (foi comprada com outras garrafas), mas deve ter ficado em torno de R$ 75. Importante é o fato de terem uma qualidade superior ao preço por elas pago. A mescla do vinho branco ficou perfeita, com a Viognier emprestando para a Chardonnay uma acidez capaz de tornar o vinho bem equilibrado. E a Syrah brilha: o vinho de entrada é ótimo e o Gran Reserva é excelente. São vinhos para se ter na adega, certamente. Não necessariamente para “arrasar-quarteirão” em degustações, mas para se provar como é possível beber vinhos honestos, de qualidade sem precisar gastar muito. E mais: como as boas vinícolas cuidam de seus rótulos de entrada com o mesmo cuidado que aqueles dispensados aos seus vinhos mais caros…
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