Mundo
Alemanha registra recorde de mortes por covid-19 e Merkel fala em endurecer restrições
Um estudo recente aponta que as áreas mais afetadas pela segunda onda são redutos da extrema direita, opostos às restrições e sensíveis às teorias da conspiração
A Alemanha registrou um recorde de mortes por covid-19 nesta quarta-feira, 9. A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu um endurecimento das medidas restritivas para conter o avanço do vírus e pediu que a população reduza o nível de socialização.
De acordo com o centro nacional de controle de doenças, Instituto Robert Koch, o país registrou 590 mortes relacionadas ao novo coronavírus nas últimas 24 horas – mais de 100 a mais do que o recorde anterior, de uma semana atrás. A Alemanha contabilizou 20.815 novas infecções diárias. O país, que tem 83 milhões de habitantes, já registrou ao todo quase 1,22 milhão de casos da doença e 19.932 mortes por covid-19.
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
Um estudo recém divulgado aponta que as áreas mais afetadas na Alemanha pela segunda onda da pandemia são redutos da extrema direita, opostos às restrições e sensíveis às teorias da conspiração sobre a pandemia.
No parlamento, Merkel afirmou que o momento é decisivo no combate à pandemia e descreveu como “alarmante” a quantidade crescente de pessoas que necessitam de cuidados intensivos e que estão falecendo em decorrência da doença.
“Estamos em uma fase decisiva, talvez a mais decisiva, de luta contra a pandemia”, disse Merkel nesta quarta. “Os números estão em um nível muito alto”, destacou a chanceler, que tem defendido reiteradamente uma ação decisiva para combater a pandemia, mas enfrenta a resistência de governadores, que são os responsáveis por impor ou relaxar restrições.
Neste momento, bares, restaurantes, e locais de esporte e lazer estão fechados na Alemanha, com hotéis fechados para turistas. Escolas e comércio permanecem abertos.
Em sua fala nesta quarta, Merkel apontou que a Academia Nacional de Cientistas e Acadêmicos recomendou que os alemães reduzam o contato social e adotem um duro lockdown de 24 de dezembro a 10 de janeiro. “Faríamos bem em levar a sério o que os cientistas nos dizem”, afirmou a chanceler.
Ela pediu que os governos estaduais considerem o fechamento das escolas antes do Natal, e se referiu a uma movimentação de pessoas de uma barraca de vinho quente para outra, durante as festividades, seria “inaceitável” em vista do número diário de mortes por covid-19. “Se tivermos muito contato antes do Natal e for nosso último Natal com nossos avós, teremos sido negligentes”, disse ela. Alguns governos estaduais já estão endurecendo medidas de isolamento social.
Estadão Conteúdo
