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Manchas de óleo podem chegar na quinta-feira, afirma comissão

Membro do Ceunes da Ufes explica que óleo viaja 35 quilômetros por dia, mas que mudanças de ventos e correntes interferem na rota

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As manchas de óleo que atingem o litoral do Nordeste podem chegar ao Espírito Santo nesta quinta-feira. A estimativa é  presidente da comissão do Ceunes (Centro Universitário Norte do Espírito Santo) da Ufes, Marcos Teixeira, em entrevista à TV Capixaba. A comissão foi criada para dar suporte ao comitê estadual que monitora a chegada do óleo ao litoral. Até segunda-feira (4), a mancha havia atingido a Costa do Atlântico, em Nova Viçosa (BA), distante 55 km da divisa com o estado em linha reta. Por aqui, as manchas devem chegar, num primeiro momento, em pequenos fragmentos, mais fáceis de serem coletados e menos tóxicos.

“O que a gente tem visto é que o óleo viaja mais ou menos 35 km por dia, mas mudanças de ventos e de correntes podem alterar tudo. É difícil fazer uma previsão, mas estamos trabalhando com a ideia de que na quinta-feira já tenhamos vestígios de óleo chegando aqui”, afirma.

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Depois de alguns dias, segundo o professor, podem chegar manchas maiores. “Elas chegam primeiro em pelotas do tamanho de uma moeda, que ficam retidas na praia. Depois de cinco, seis dias, começam a chegar placas maiores”, acrescenta.

A maior preocupação dos pesquisadores é com as áreas de mangue, onde a limpeza é mais difícil. Na segunda-feira, equipes da Ufes, do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), do Iema (Instituto Estadual de Meio Ambiente) e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) percorreram áreas de manguezais de Conceição da Barra para estudar métodos de conter o óleo.

Em alerta

O superintendente do Ibama no estado, Diego Libardi, explica que o Espírito Santo está em alerta e que três mecanismos são estudados para evitar a contaminação de mangues e rios. “Podemos usar redes de pesca de camarão, que têm malha mais fina; mantas de contenção, e pesca com barcos, para retirar o óleo das superfícies”, diz.

De acordo com oceanógrafo do Iema, Pablo Prata, que também integra o comitê, as manchas de óleo podem aparecer, primeiro, em São Mateus ou Linhares. “Quando a corrente encontra o banco de Abrolhos (BA), ela muda de característica e a forma de fluir. Parte flui junto à costa e parte contorna o banco. Essa última pode fazer o óleo chegar em outros municípios do estado primeiro”, detalha.

Ontem, equipes dos municípios de Serra, Vitória e Vila Velha participaram de uma capacitação para saber como proceder após a chegada do óleo. Equipes de Conceição da Barra, Linhares, São Mateus e Aracruz também já passaram pelo treinamento. Hoje será a vez do Exército e da Marinha. O Ibama avalia estender a capacitação aos municípios do litoral Sul nos próximos dias.

O Corpo de Bombeiros já disponibilizou 120 alunos do curso de formação para atuar na limpeza das praias.