Após Lava Jato, Odebrecht passa a se chamar Novonor
Com dívidas de quase R$ 100 bilhões, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial em junho de 2019 e teve seu plano aprovado neste ano, em plena pandemia
A Odebrecht, centro do maior escândalo de corrupção do Brasil, mudou de nome. A empresa acaba de anunciar que, a partir de agora, passa a se chamar Novonor. O anúncio foi feito pelo representante do acionista majoritário do grupo, Maurício Odebrecht, durante reunião anual, com transmissão online para todos os funcionários.
Em nota, a empresa afirmou que a mudança do nome e da marca é o ponto culminante da transformação empreendida nos últimos cinco anos. “Nesse período, à medida em que ia mudando os seus processos internos e os seus métodos de atuação, a empresa implantou um sistema de conformidade no padrão das grandes corporações internacionais, e que foi certificado há dois meses por um monitor independente do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.”
Desde que virou um dos pivôs do maior escândalo de corrupção do Brasil, a Operação Lava Jato, o conglomerado vem sofrendo um revés atrás do outro. Nos últimos anos, os contratos minguaram por causa da crise econômica e a dívida ficou grande demais para o novo tamanho do grupo baiano, que não teve outra alternativa a não ser recorrer à Justiça para se proteger do ataque de alguns credores.
Com dívidas de quase R$ 100 bilhões, incluindo os empréstimos intercompanhias, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial em junho de 2019 e teve seu plano aprovado neste ano, em plena pandemia. “Não estamos apagando o passado. Passado não se apaga. Passado é exatamente o que ele é – passado. Depois de tudo o que promovemos de mudanças e de correção de rumos, estamos agora olhando para o que queremos ser: uma empresa inspirada no futuro. Este é o nosso novo norte”, diz Maurício Odebrecht, em nota.
A Novonor nasce como uma holding de um grupo empresarial com 25 mil empregados e seis empresas nas áreas de engenharia e construção, mobilidade urbana e rodovias, petróleo e gás, mercado imobiliário, petroquímica e indústria naval.
Estadão Conteúdo